O CEO da Arena BSB, Richard Dubois, confirmou em entrevista ao blog o interesse de ajudar a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro a viabilizar a retomada do Campeonato Carioca. Matéria do colega Diogo Dantas no site do jornal O Globo publicada nesta quarta-feira conta que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, confirmou a negociação em andamento para que o Mané Garrincha seja alternativa à Ferj. A sugestão partiu do presidente Jair Bolsonaro na semana passada.
Com parte do complexo do Maracanã ocupado por um hospital de campanha para atendimento aos pacientes da pandemia do novo coronavírus, o Mané Garrincha passou a ser um destino recomendado por Bolsonaro para a final. “Fomos consultados e temos todo interesse em receber competições esportivas nesse período, desde que haja liberação por parte das autoridades competentes, como por exemplo portões fechados, e os protocolos de segurança sanitária sejam cumpridos”, disse Richard Dubois.
A Arena BSB assumiu a concessão do estádio no início deste ano e realizou apenas dois jogos: a final da Supercopa do Brasil entre Flamengo e Athletico-PR e uma partida do Candangão entre Capital e Unaí. “Estamos prontos para receber lives de futebol nesse tempo de epidemia. A nossa estrutura está pronta”, reforçou o executivo.
O Mané Garrincha também abriga um hospital de campanha, mas não é no gramado. O atendimento funciona no espaço lounge do estádio. “Isso não impede a realização de eventos esportivos. Aqui (em Brasília), a pandemia está mais controlada do que no Rio. O nosso hospital está bem separado, por exemplo, do setor operacional do estádio. Nós continuamos trabalhando no Mané Garrincha. Portanto, não há problema em receber partidas de futebol”, disse ao blog.
Richard Dubois sugeriu inclusive rodadas duplas do Carioca ou mistas, com preliminar do Candangão e jogo principal do Carioca. “A pressão pelo encerramento do Candangão é menor porque não há times da cidade nas principais divisões do Campeonato Brasileiro (A, B ou C). Há mais tempo para a finalização. O caso do Carioca é diferente”, argumenta.
“Fomos consultados e temos todo interesse em receber competições esportivas nesse período, desde que haja liberação por parte das autoridades competentes, como por exemplo portões fechados, e os protocolos de segurança sanitária sejam cumpridos”
Richard Dubois, CEO da Arena BSB, que administra o Mané Garrincha
Segundo Dubois, a decisão sobre a realização de jogos do Carioca no Mané Garrincha deve ser tomada nos próximos dias e a logística está sendo estudada. “É possível que os times venham em voos fretados, ocupem hotéis ociosos nas proximidades do Mané Garrincha e tenham todas as facilidades para treinar e realizar os testes de saúde necessários antes da realização de cada partida”, acrescentou.
O Mané Garrincha tem quatro vestiários completos, mas dois estão disponíveis para os jogos. Os outros dois foram adaptados para que os médicos do hospital de campanha utilizem separados em masculino e feminino. Em tese, isso demandaria um intervalo grande entre um jogo e outro para a esterilização dos vestiários para o jogo seguinte.
“Isso (hospital de campanha) não impede a realização de eventos esportivos. Aqui (em Brasília), a pandemia está mais controlada do que no Rio. O nosso hospital está bem separado, por exemplo, do setor operacional do estádio. Nós continuamos trabalhando no Mané Garrincha. Portanto, não há problema em receber partidas de futebol”
Richard Dubois, CEO da Arena BSB, que administra o Mané Garrincha
Em entrevista ao O Globo, o governador do DF, Ibaneis Rocha, confirmou a possibilidade. “Estamos em negociação”. Bolsonaro foi o primeiro a ventilar a possibilidade. “Estamos querendo trazer a final do Campeonato Carioca para Brasília. Nós vamos ver o Botafogo ser campeão aqui”, declarou o palmeirense, que se diz torcedor alvinegro no Rio, mas vestiu a camisa do Flamengo em Brasília na vitória rubro-negra sobre o CSA no ano passado.
O plano de Bolsonaro e Ibaneis esbarra em questões legais. A transferência dos jogos do Rio para Brasilia depende do aval do governador Wilson Wizel — adversário político do presidente — e dedo prefeito Marcelo Crivella, com quem mantém boas relações.
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