Especialista em categorias de base conta como descobriu Pedro Rocha, primeiro reforço do Flamengo para a temporada 2020

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Anunciado como primeiro reforço do Flamengo para 2020, o atacante Pedro Rocha foi pinçado pelo Grêmio graças aos olhos de lince de um dirigente que hoje trabalha no Clube Atlético Mineiro. Diretor das categorias de base do Galo, Júnior Chavare pinçou o jogador do Diadema, emprestado à época ao Juventus para a disputa da Copa Paulista, e o levou para o tricolor gaúcho. Pedro Rocha fazia parte de um perfil de atletas definido pelo Imortal para o estilo de jogo que o clube pretendia adotar: atacantes com mobilidade para atuar em vários setores. Decisivo na conquista da Copa do Brasil em 2016 com dois gols contra o Atlético-MG, o atacante fez valer a aposta do Grêmio e rendeu por 12 milhões de euros na negociação com Spartak Moscou, da Rússia. Emprestado ao Cruzeiro, marcou o gol do Cruzeiro na derrota para o Flamengo por 3 x 1 pela primeira rodada do Brasileirão deste ano. Na entrevista a seguir ao blog, Júnior Chavare ajuda a decifrar o reforço rubro-negro para a próxima temporada.

Como foi o trabalho de garimpagem do Pedro Rocha pelo Grêmio?

O Grêmio começava a montar um perfil de jogadores para a equipe principal. Atacantes que tivessem boa mobilidade, muita força, muita explosão, porém, que conseguissem jogar tanto centralizados como, principalmente, naquele momento, pelas pontas. O Pedro Rocha foi o primeiro que buscamos dentro desse protótipo, digamos assim. Não à toa você viu ou vê no Grêmio Pedro Rocha, Everton “Cebolinha”, Pepê, Ferreira, todos vêm de uma mesma linhagem de atletas. Jogadores versáteis, rápidos, fortes, que conseguem fazer a extrema ou centralizado, destro jogando pela esquerda do campo.

Ele já era mapeado por vocês?

Ele fazia parte do nosso banco de dados. Eu tenho um mapeamento, desde em que trabalhei na Juventus, que mantenho até hoje, sempre na casa de 3 mil, 3.500 jogadores que são constantemente atualizados e vão sendo redirecionados para diferentes faixas de avaliação. O Pedro Rocha era um dos jogadores que a gente mapeava com muito interesse, como foram também Luan, Alex Telles, Wendell, Ramiro, Everton “Cebolinha”, Walace… Todos eles fizeram parte de um lote de avaliação que fizemos entre 2013 e 2014. Levamos todos para o Grêmio.

Diretor da base do Galo, Júnior Chávare levou Pedro Rocha para o Grêmio em 2014. Foto: Atlético-MG

E o Pedro Rocha fazia parte desse pente fino…

O Pedro Rocha estava dentro do nosso banco de dados, mapeado desde o Diadema-SP, passando pelo Juventus-SP, onde ele disputou uma Copa Paulista na época. Nesse caso específico do Pedro Rocha, é um jogador que a gente acompanhou de perto quando dele jogava pelo Juventus-SP. Ele pertencia ao Diadema-SP e estava emprestado ao Juventus. Nós entramos na parada e conseguimos levá-lo para o Grêmio num primeiro momento como empréstimo, em 2014, com opção futura de compra. O clube exerceu o direito no fim de 2014.

Ele adaptou-se facilmente ao Grêmio?

O Pedro Rocha é um jogador que, quando chegou no sub-20, demorou uns três meses para se adaptar ao futebol gaúcho. Não chegou sendo titular absoluto, mas apostávamos muito pelo que conhecíamos dele e a evolução no dia a dia. Ele depois se mostrou decisivo, principalmente, em 2016, na conquista da Copa do Brasil. Isso foi muito importante para o clube pelo formato e o perfil de jogo que ele teve. Foi um dos diferenciais.

É um jogador destro, que tem muita facilidade em jogar na extrema do campo tanto pela direita, na esquerda ou centralizado. Já foi centroavante na base. Um jogador de muita força física, com uma boa técnica tanto na bola jogada pelo chão quanto na aérea, mas, principalmente, um jogador de explosão, dos últimos 20, 30 metros, sempre na cara do gol. Um jogador extremamente vertical. Força física, verticalidade e finalização de boa qualidade.

Júnior Chavare, diretor das categorias de base do Atlético-MG

Como você define as características do Pedro Rocha?

É um jogador destro, que tem muita facilidade em jogar na extrema do campo tanto pela direita, na esquerda ou centralizado. Já foi centroavante na base. Um jogador de muita força física, com uma boa técnica tanto na bola jogada pelo chão quanto na aérea, mas, principalmente, um jogador de explosão, dos últimos 20, 30 metros, sempre na cara do gol. Um jogador extremamente vertical. Força física, verticalidade e finalização de boa qualidade.

Pedro Rocha também bate um bolão fora de campo nos estudos?

Durante o período em que ele esteve conosco, sempre foi um jogador muito aplicado. Foi o carro-chefe do perfil de atletas profissionais que estudam. Ele puxou essa fila de jogadores sub-20/profissional que, apesar de todo o trabalho no dia a dia como atleta, se preocupou muito em seguir com os estudos de nível superior. O Grêmio incentivou muito a continuidade dele mediante o atleta-cidadão.

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Marcos Paulo Lima

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