Entenda por que a CBF comemora a ascensão de Michel Temer e o afastamento de Dilma Rousseff

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O afastamento por até 180 dias da presidente da República, Dilma Rousseff, e o início do governo interino do vice, Michel Temer, são vistos com entusiasmo na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Motivo: em seis anos de mandato, Dilma Rousseff não quis saber de contato com Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Nem mesmo a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014 os aproximou. Em contrapartida, Michel Temer, querido pela CBF, teve até o nome citado no discurso de despedida do antecessor de Marco Polo Del Nero, José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar em Nova York, nos Estados Unidos, por causa das investigações de corrupção na Fifa.

Em 17 de abril de 2015, José Maria Marin citava o vice-presidente da República, Michel Temer, em sua carta de despedida, na transmissão do cargo de mandatário da Confederação Brasileira de Futebol ao fiel escudeiro, Marco Polo Del Nero, que na época era seu vice na CBF. Marin também citou dois personagens que têm o papel de protagonistas na situação de Dilma: o deputado Eduardo Cunha e o senador Renan Calheiros.

O texto diz: “Encerrando, gostaria de fazer um agradecimento especial e merecido a pessoas que, desde o início de nosso mandato, nunca deixaram de colaborar e apoiar a CBF. Trata-se do presidente José Sarney; do atual vice-presidente da República, Michel Temer; do senador Renan Calheiros; dos deputados Eduardo Cunha, Henrique Alves e Marco Maia”.

Michel Temer, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero se encontraram mais de uma vez quando Marin comandava a CBF. A primeira delas na residência de Marin, em São Paulo, quando Temer assumiu a missão de fazer o meio de campo entre a CBF e o governo Dilma. Marin retribuiu o encontro depois indo até o Palácio do Jaburu e presenteou Temer com uma camisa da Seleção Brasileira.

Com a ascensão de Michel Temer, o grupo de Del Nero projeta a reabertura do diálogo — sem intermediários — com o Palácio do Planalto.

O discurso de despedida de Marin da CBF, em 17/4/2015

No dia 12 de março de 2012 tive a honra e a satisfação de assumir o cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol, com a enorme responsabilidade de complementar o mandato do vitorioso e competente presidente Ricardo Teixeira, tempo em que esta entidade e o futebol brasileiro evoluíram muito.

Três anos se passaram desde então e chegamos hoje, neste dia 16 de abril de 2015, ao fim de nosso mandato à frente da CBF, com a mesma humildade que nos envolvia quando da posse, mas com a alegria e o orgulho de poder dizer que cumprimos o nosso dever, com toda a dignidade exigida pela grandeza do cargo de presidente da CBF.

Despeço-me de minhas funções e dos encargos da Presidência da CBF, na absoluta certeza de que nesses três anos de mandato consegui garantir um convívio saudável e fraterno entre todos os componentes e integrantes da chamada família CBF, que compreende Federações, Clubes, Dirigentes e Funcionários, segmentos que devem sempre marchar unidos em prol do futebol brasileiro.

Hoje, a CBF está mais presente nas atividades de nossos filiados, Federações e Clubes. Esforcei-me para exercer a presidência da CBF com a máxima fraternidade e solidariedade. Ao longo destes três anos de administração pugnei pelo absoluto cumprimento das leis e pelo respeito ao Estatuto da CBF.
Tentei, na minha gestão, administrar de forma transparente, prestando conta de meus atos aos filiados e à imprensa. Hoje, a CBF tem uma situação financeira estável, inteiramente isenta de dívidas, com sólidos contratos de patrocínio, além de reservas e ativos que alcançam um patamar invejável próximo a R$ 1 bilhão. Nesses três anos, a Seleção Brasileira, em todas as categorias ganhou inúmeros títulos, conquistando também a Copa das Confederações, disputada em nosso país em 2013.

Após a decepção sofrida com a derrota na Copa do Mundo, tomamos as necessárias providências visando à devida recuperação do prestígio da Seleção Brasileira, objetivo que vem sendo alcançado com a contratação como treinador do campeão mundial Dunga e do coordenador técnico, Gilmar Rinaldi, também campeão do mundo.

Outro aspecto importante que entendemos válido ressaltar se refere ao intenso trabalho desenvolvido nas divisões de base. A nossa Seleção Olímpica, que tem como técnico Alexandre Gallo, permanece invicta por mais de 30 partidas, tendo conquistado os seguintes títulos:

– Bicampeã do Torneio de Toulon, na França
– Campeã da Valais Coup, na Suíça (2013)
– Campeã da Copa WUHAN, na China (2014)
Outro ponto relevante que merece registro diz respeito aos títulos obtidos pela Seleção Sub-17, a saber:
– Campeã da Copa 2 de Julho (2013)
– Campeã da Copa das Nações, no Chile (2014)
– Campeã da Copa Nike (2014)
– Campeão Sul-Americano no Paraguai (2015)

Nos gramados, também é louvável o saldo da Seleção Sub-20, campeã da Copa COTIF, na Espanha, em 2014, e da Copa PANDA, na China, em 2014.
Esse trabalho desenvolvido nas categorias de base, aliado a cuidadosa pesquisa realizada no mundo inteiro à procura de nossos jovens talentos, servirá de catalisador para o aperfeiçoamento e para conquistas futuras do futebol brasileiro.

Não temos, pois, dúvida de que esse eficiente trabalho de renovação propiciará um progresso mais consistente para o futebol deste país.
Ainda com a finalidade de bem preparar nossa Seleção Feminina para as Olimpíadas, a CBF, em nossa gestão, contratou o experiente treinador Vadão, dando-lhe todas as condições para um eficiente aproveitamento técnicas das atletas brasileiras, que ora se encontram vinculadas ao nosso time feminino em caráter permanente.

Como resultado do trabalho já realizado, a nossa Seleção Feminina Principal sagrou-se campeão da Copa América, no Equador, e do Torneio Internacional Feminino, em Brasília.

Por sua vez, a Seleção Feminina Sub-20 conquistou o Campeonato Sul-Americano.

Durante a nossa administração, as competições futebolísticas disputadas em nosso país avançaram e progrediram.
Criamos o Campeonato Brasileiro Sub-20, a Copa do Nordeste Sub-20 e a Copa Verde, primeira competição coordenada pela CBF dedicada aos clubes da Região Amazônia e Pantaneira, além de expandir a Copa do Nordeste para 20 clubes.

O esforço e o apoio que a CBF deu ao futebol do Norte e Nordeste motivaram o Esporte Interativo a criar um segunda canal de televisão, inteiramente dedicado ao futebol das região Nordeste e Norte ,que, hoje, conta com ampla cobertura da mídia nacional.

Ao registrar o sucesso das competições – Copa do Nordeste e Copa Verde -, não podemos deixar de realçar o esforço e a competência do nosso diretor de Desenvolvimento e Projetos, Reinaldo Bastos, bem como o de Alexi Portela, ambos merecedores de nossos elogios e agradecimentos.

O nosso objetivo maior de alcançar uma verdadeira integração do futebol brasileiro se consolida com o fortalecimento das Séries C e D do Campeonato Brasileiro, cujos custos, que, anualmente, atingem a some superior a R$ 100 milhões, são suportados pela CBF, que nada cobra dos clubes.
No campo administrativo, impõe-se registrar a aquisição e reforma do prédio em que, hoje, se encontra sediada a CBF.

Esse é o maior legado de nossa administração. Com muito esforço, conseguimos tornar realidade o grande sonho da sede própria, digna do prestígio e da grandeza do futebol brasileiro, que, hoje, se orgulha de poder receber em sua casa, com o máximo conforto, quaisquer personalidades ou desportistas.
Neste momento de despedida, não posso esquecer-me daqueles que se empenharam a concretizar esse sonha da casa própria, que são os então integrantes da Comissão de Compra do prédio, formada pelos desportistas André Luiz Pitta Pires, Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, Carlos Eugênio Lopes, Delfim de Pádua Peixoto Filho e José Vanildo da Silva, bem como os componentes da Comissão de Obras da Sede e da Granja Comary, integrada por Oswaldo Antônio Elias Gentille, o nosso Dino; Carlos Eugênio Lopes, Júlio César Avelleda e Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa.

O nosso Centro de Treinamento da Granja Comary, inteiramente reformado e reinaugurado em 26 de março de 2014, é sem nenhuma sombra de dúvida referência mundial entre os centros de treinamento de futebol.

Nesses três anos de gestão, também construímos o moderno Museu Seleção Brasileira, com tecnologia de ponta. Nele, pode-se pesquisar e conhecer toda a gloriosa trajetória percorrida pela nossa Seleção, recordando suas imorredouras conquistas nos 100 anos de sua existência.

Como se pode ver, o período de 12 de março de 2012 a 16 de abril de 2015 foi de imenso trabalho e inúmeras realizações.

O legado que nossa administração deixará para o futebol brasileiro se deve ao incondicional apoio das federações, clubes, diretores e dos vice-presidentes da CBF, bem como de todos os funcionários desta entidade, que aqui trabalham com muita dedicação.

“Encerrando, gostaria de fazer um agradecimento especial e merecido a pessoas que, desde o início de nosso mandato, nunca deixaram de colaborar e apoiar a CBF. Trata-se do presidente José Sarney; do atual vice-presidente da República, Michel Temer; do senador Renan Calheiros; dos deputados Eduardo Cunha, Henrique Alves e Marco Maia”

Assim, agradecemos a todos, sem exceção, que se envolveram, direta ou indiretamente, com as nossas realizações nesse triênio, realizações que podem ser atribuídas a todos e a cada um. Encerrando, gostaria de fazer um agradecimento especial e merecido a pessoas que, desde o início de nosso mandato, nunca deixaram de colaborar e apoiar a CBF. Trata-se do presidente José Sarney; do atual vice-presidente da República, Michel Temer; do senador Renan Calheiros; dos deputados Eduardo Cunha, Henrique Alves e Marco Maia.

Ninguém ignora que “a vida se renova a cada instante”. Com a CBF não poderia ser diferente. Em nosso mandato que ora se encerra, houve alguma tristeza, amplamente superada pelos momentos de alegria. E é assim que hoje me despeço da Presidência da CBF, transmitindo-a ao meu irmão e estimadíssimo amigo Marco Polo Del Nero, que sempre demonstrou capacidade administrativa e conhecimento suficiente para conduzir a CBF e levar adiante o modesto trabalho que iniciamos no dia 12 de março de 2012.

Cabe-me, dessa forma, colocar-me à disposição do novo presidente Marco Polo Del Nero, para que nossa colaboração possa ser por ele utilizada, sem a menor vontade de intervenção ou de qualquer ato que possa ser confundido com interferência em seu mandato.

Saio hoje satisfeito, realizado e repleto de confiança que o meu sucessor, Dr. Marco Polo Del Nero, estará plenamente à altura do cargo que irá ocupar. Não tenho nenhuma dúvida de que Marco Polo Del Nero superará todas as expectativas, realizando uma magnífica administração.

Marcos Paulo Lima

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