CBNFOT130520213862 (1) Mané Garrincha abrigou a final da Recopa Sul-Americana em 2021. Foto: Conmebol Mané Garrincha abrigou a final da Recopa Sul-Americana em 2021. Foto: Conmebol

Saiba por que a final da Copa Sul-Americana 2022 pode sair do Mané Garrincha para o Mário Kempes

Publicado em Esporte

Um burburinho iniciado, em 9 de maio, numa entrevista coletiva de diretores do Barcelona de Guayaquil (assista ao vídeo no fim deste post), anfitrião da decisão da Libertadores, está prestes a se confirmar: a final da Copa Sul-Americana 2022 pode sair da Arena BRB Mané Garrincha. Como a decisão do torneio é na véspera do primeiro turno das eleições no Brasil, a Conmebol está preocupada com a garantia de segurança no evento internacional agendado para 1º de outubro. Brasília não perderia o direito de receber a decisão. A tendência é que receba o jogo único em 2023.

 

O martelo ainda não está batido e será discutido em uma reunião do Conselho da Conmebol, em 7 de julho, em Cáli, na Colômbia. Há preocupação, principalmente, com o acirramento da disputa entre simpatizantes dos dois líderes na pesquisa da intenção de votos, ou seja, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, respectivamente.

 

O blog apurou que, por esse motivo, a Conmebol ainda não assinou contrato com a Arena BSB para oficializar a locação do estádio anfitrião da Copa das Confederações, Copa do Mundo, torneio de futebol masculino e feminino dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Copa América, Recopa Sul-Americana, de um jogo do Santos na Pré-Libertadores e de dois do Flamengo na Libertadores do ano passado.

 

Em 9 de maio, o administrador do estádio Monumental de Guayaquil, palco da final da Libertadores deste ano, manifestou publicamente o desejo de abrigar, também, a decisão da Sul-Americana (assista ao vídeo no fim deste post). Começava discretamente, nos bastidores, um movimento à procura de um plano B diante da percepção de que as eleições no Brasil eram mais relevantes do que o evento da Conmebol.

 

Em entrevista ao blog à época, o autor da declaração, Munir Massuh, saiu pela tangente. “Não é um tema do qual tenhamos sido notificados formalmente, mas sim que abrimos as portas do nosso estádio caso haja necessidade ou interesse da Conmebol de realizar o jogo na nossa arena”, explicou o dirigente por telefone no mesmo dia da coletiva do Barcelona.

 

Munir Massuh insistiu que seria um orgulho para o Barcelona de Guayaquil receber as duas finais continentais de clubes mais relevantes do continente. “Mas não há nada oficial. Trata-se apenas de um desejo nosso”, insistiu à época o dirigente na conversa com o blog.

 

O fato é que o burburinho nos bastidores cresceu. Segundo a imprensa paraguaia, onde fica a sede da Conmebol, o Estádio Mário Kempes, na Argentina, é candidatíssimo a receber a decisão da Copa Sul-Americana, em 1º de outubro. Consequentemente, Brasília receberia o evento em 2023.

 

Nesta quinta-feira, a imprensa paraguaia, onde fica localizada a sede da Conmebol, informa que, de fato, há possibilidade de mudança na sede da final da Copa Sul-Americana. Apontou as eleições no Brasil como justificativa, o Estádio Mário Kempes como alternativa e uma reunião, em 7 de julho, como data limite para a confirmação (ou não) do evento em Brasília.

 

O Barcelona de Guayaquil esperava receber as duas finais na mesma semana, em um espaço de sete dias entre elas, como fez Montevidéu no ano passado, mas há um espaço entre as duas finais. A Sul-Americana apontará o campeão em 1º de outubro. A Libertadores, no dia 29 do mesmo mês, no Estádio Monumental de Guayaquil. Portanto, intervalo de 28 dias.

 

Eleições à parte, nada impede o Mané Garrincha de abrigar a final da Copa Sul-Americana. No ano passado, o estádio recebeu a decisão da Recopa Sul-Americana e foi um dos principais palcos da Copa América, inclusive recebendo clássicos como Argentina e Uruguai.

 

Fontes do Distrito Federal ouvidas pelo blog ficaram surpresas com a possibilidade de a Copa Sul-Americana sair do Mané Garrincha em 2022. Eles consideram que a escolha do Brasil e, consequentemente, da capital do país, foi tomada ciente de que o país teria eleições nesse período. Alegam, inclusive, que a Uefa não faz isso quando elege a sede.

 

Na verdade, a entidade máxima do futebol europeu é aberta a emergências e realizou várias mudanças de última hora recentemente causadas pela pandemia do novo coronavírus e a invasão da Rússia à Ucrânia. Duas finais consecutivas foram alteradas. Em 2020, de Istambul, na Turquia, para Lisboa. No ano seguinte, Istambul foi novamente substituída pela cidade do Porto, novamente em Portugal. Na temporada recém-encerrada, a decisão agendada para São Petersburgo mudou-se para Saint-Denis, na grande Paris, França. A própria Conmebol tirou a final da Libertadores 2019 de Santiago, no Chile, para Lima, no Peru, devido a questões socioeconômicas e políticas.

 

 

 

 

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