Em vídeo, secretário de Turismo do DF declara guerra ao veto da CBF

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O veto à realização de partidas fora do estado de origem dos clubes na Série A do Campeonato Brasileiro, em votação realizada na última segunda-feira, deve deflagrar uma onda de protestos contra a decisão tomada pelos times na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em sua conta no Instagram, o secretário de Turismo do Distrito Federal, Jaime Recena, lançou uma espécie de “S.O.S. elefantes brancos”, a partir de uma hashtag batizada de #liberacbf — uma tentativa de convencer a entidade máxima do futebol a continuar movimentando palcos deficitários da Copa de 2014, como o Mané Garrincha e as arenas das Dunas (Natal), Pantanal (Cuiabá) e da Amazônia (Manaus).

Para se ter uma ideia da situação de Brasilia, o blog levantou que o Mané Garrincha está prestes a completar 100 jogos — a centésima será entre Real x Santa Maria, no próximo dia 2, pelo Campeonato Candango. Inaugurado em 2013, o estádio recebeu 99 jogos até hoje — 39 de clubes de fora da capital do país, 36 entre seleções e apenas 24 de times do Distrito Federal. Principal inquilino, o Flamengo é quem mais locou o estádio: 20 vezes. Justamente por isso, o clube carioca votou contra o veto à realização de partidas fora do estado dos clubes.

Em entrevista ao Correio Braziliense publicada na edição impressa da última terça-feira, Jaime Recena havia manifestado sua revolta com a decisão tomada pelos clubes no Congresso Técnico. “É impressionante uma entidade como essa tomar decisão em cima de decisão contrária ao anseio dos principais interessados no espetáculo, os torcedores. O futebol brasileiro tem clubes com torcedores nacionais. Essa é apenas mais uma decisão equivocada da CBF”, criticou.

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, disse que foi voto vencido. “Claro que o Flamengo não votou a favor. O Flamengo é um clube nacional, tem torcida em todos os lugares, acho que essa decisão foi muito ruim, porque ela inclusive inviabiliza três ou quatro arenas que foram construídas para a Copa. Elas sobrevivem hoje de clubes de fora de seus estados, principalmente o Flamengo. Fomos absolutamente contrários, mas não há nada a fazer “, lamentou o mandatário rubro-negro. Em dois jogos neste ano no DF, ambos pela Primeira Liga, contra o Grêmio, no Mané Garrincha, e o America-MG, no Bezerrão, o Flamengo faturou limpinho uma receita líquida de quase meio milhão de reais. Para ser exato, R$ 478.169,26, sendo R$ 466.144,95 no Mané Garrincha e R$ 12.024,31 na partida disputada no Gama.