Você pode até não gostar do estilo de jogo dos times do técnico Didier Deschamps. Tem todo direito de alegar que as equipes dele não encantam como as de Pep Guardiola ou a própria Bélgica, condenada novamente a disputar a decisão do terceiro lugar, mas é preciso respeitar o trabalho desse senhor de 49 anos que acaba de classificar a França para a terceira final de Copa do Mundo em seis edições. Ganhou em 1998, perdeu em 2006 e decidirá contra a Inglaterra ou a Croácia no próximo dia 15, no Luzhniki, em Moscou.
A competência de Didier Deschamps pode ser resumida pelo primeiro trabalho dele. Bastaram três temporadas para o técnico classificar o Monaco — repito, o Monaco — para a final da Liga dos Campeões da Europa. Perdeu o título para o Porto, de José Mourinho, mas o desempenho pessoal de quem engatinhava na nova profissão foi impressionante. Recém-aposentado, o cara tinha apenas 36 anos.
Nas quartas de final, desbancou o galático Real Madrid. A equipe liderada pelo português Carlos Queiroz tinha Zidane, Ronaldo, Luis Figo, Raúl, Roberto Carlos. Nas semifinais, passou pelo Chelsea , do técnico Claudio Ranieri. O timaço inglês já contava com Terry, Desailly, Makelelé, Lampard, Crespo. Perdeu a decisão para o Porto, de José Mourinho.
Em uma temporada na Juventus, conquistou a Série B do Campeonato Italiano em 2006/2007. A Velha Senhora havia sido rebaixada. Nem bem assumiu o Olympique de Marselha e conquistou o Campeonato Francês em 2009/2010.
Em seis anos à frente da França, levou a seleção às quartas na Copa de 2014 em um jogo duríssimo contra a Alemanha, no Maracanã, foi vice-campeão da Eurocopa em casa contra o surpreendente Portugal e está na decisão da Copa do Mundo da Rússia.
Como eu vinha dizendo, você pode até não curtir o futebol dos times dele. Muito menos o jeitão da seleção francesa. Mas respeitemos o trabalho dele.
De tirar o chapéu.
Parabéns, Deschamps!
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