Dos oito técnicos das quartas da Libertadores, só dois estão no emprego há mais de um ano

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Dos 16 times das oitavas de final da Libertadores, cinco trocaram de técnico no torneio. Três brasileiros. Athletico-PR e Flamengo foram eliminados por River Plate e Racing, respectivamente. O Internacional está por um triz depois da derrota por 1 x 0 para o Boca Juniors, no Beira-Rio. Nacional do Uruguai e Libertad do Paraguai avançaram às quartas. Dos sete profissionais garantidos na próxima fase, cinco não têm um ano de trabalho. As exceções são Marcelo Gallardo e Renato Gaúcho. O líder do River Plate ocupa o cargo desde junho de 2014. O comandante do Grêmio resiste há quatro temporadas.

Futebol não é ciência exata. Longe disso. No ano passado, o Flamengo conquistou o bi depois de trocar o comandante ao término da primeira fase. Abel Braga saiu, Jorge Jesus assumiu nas oitavas e levou o clube carioca ao título contra o River Plate com cinco meses de trabalho. Há casos como o de Celso Roth. Estreou no Inter nas semifinais e conquistou o título de 2010.

Tempo de trabalho não garante sucesso. Porém, na maioria das vezes, é sinônimo de competitividade e regularidade. Marcelo Gallardo comanda o River Plate desde 6 de junho de 2014. Em seis anos e meio, brindou o clube com dois títulos da Libertadores (2015 e 2018) e foi vice-campeão no ano passado. Na pior campanha, foi eliminado nas oitavas em 2016. Está entre os oito após superar um Athletico-PR mutilado por infecções causadas pela covid-19.

Segundo técnico mais longevo desta edição da Libertadores, Renato Gaúcho assumiu o Grêmio em 18 de setembro de 2016. Um ano depois, recompensou o clube com o tricampeonato. Nesta quinta, consolidou a classificação para as quartas com mais uma vitória por 2 x 0 sobre o Guaraní. Antes desta campanha, Renato chegou às semifinais em 2018 e 2019 e arrematou a taça em 2017.

Tempo de serviço dos candidatos ao título

  • Marcelo Gallardo (River Plate) – desde 6/6/2014
  • Renato Gaúcho (Grêmio) – desde 18/9/2016
  • Sebastián Beccacece (Racing) – 1/1/2020
  • Miguel Ángel Russo* (Boca Juniors) – 1/1/2020
  • Cuca (Santos) – 7/8/2020
  • Gustavo Morinigo (Libertad) – 24/9/2020
  • Jorge Giordano (Nacional) – 16/10/2020
  • Abel Ferreira (Palmeiras) – desde 4/11/2020
  • Abel Braga* (Internacional) – 10/11/2020

*Disputa a última vaga às quartas no duelo entre Boca e Inter

Sebastián Beccacece tem 11 meses de trabalho no Racing. Muito mais do que os 21 dias de Rogério Ceni no Flamengo na eliminação nos pênaltis contra o time argentino. O Nacional de Montevidéu despediu Gustavo Munúa. Jorge Giordano assumiu a prancheta em 16 de outubro e despachou um dos favoritos, o Independiente del Valle, nos pênaltis. Miguel Ángel Ramírez, que rejeitou oferta do Palmeiras em nome da continuidade do trabalho, comanda o clube equatoriano desde 7 de maio de 2019. Cuca assumiu o Santos em agosto. Três meses depois, bate o ponto nas quartas de final.

O Palmeiras é outro caso à parte. O técnico português Abel Ferreira marchou rumo às quartas de final com menos de um mês de trabalho. Assumiu em 4 de novembro e confirmou vaga para a próxima fase nesta quarta, 2 de dezembro. Miguel Ángel Russo retornou ao Boca Juniors em 1º de janeiro. Largou em vantagem contra Abel — no cargo desde 10 de novembro.

Tempo, tempo, tempo, tempo… Parece segredo do sucesso no futebol. Só que não. Ele também é traiçoeiro. Pode levar técnicos longevos como Marcelo Gallardo ou Renato Gaúcho à glória eterna, como diz o slogan da Libertadores, ou consagrar quem chegou outro dia e nem sabe se fica, como Abel Braga. Afinal, ele ainda tem chance de evitar a eliminação do Inter na volta.

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Marcos Paulo Lima

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