A goleada do Flamengo contra o Nova Iguaçu indicou o caminho de uma formação alternativa para a temporada e até mesmo momentos cruciais de jogos em que o time estiver atrás no placar precisando do resultado. Vítor Pereira encerrou a partida, no Maracanã, usando um sistema tático que fez parte do repertório dele quando surgiu no Porto: 4-1-4-1. Sim, o Nova Iguaçu tinha um jogador a menos quando ele testou a formação, mas vale prestar atenção na ideia e projetar o futuro do Flamengo quando o lesionado Bruno Henrique retornar ao elenco.
O Flamengo terminou a partida jogando assim: Santos; Matheuzinho, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia; Gabriel Barbosa, Éverton Ribeiro, Arrascaeta e Everton Cebolinha; Pedro. Você pode considerar o modelo 4-1-3-2 também se preferir. O fato é que, à exceção de Gerson, que havia deixado o time durante a partida, Vítor Pereira tentou encaixar os mais talentosos entre os 11 no fim do “jogo-treino” com casa cheia diante do Nova Iguaçu.
Uma das formações de Vítor Pereira quando começou a ficar famoso era justamente no sistema 4-1-4-1. A escalação tinha, por exemplo, Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Alex Sandro; Fernando; Defour, Lucho González, João Moutinho e James Rodríguez; Jackson Martínez. Hulk e o aposentado Kéber Gladiador também atuaram com Vítor Pereira nesse sistema no time português.
Vítor Pereira fez isso no Porto, mas também no trabalho recente no Corinthians. O treinador usou essa formação em pelo menos oito exibições. Lembra da goleada por 4 x 0 contra o Santos, na Neo Química Arena, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Cantillo era praticamente o único volante. Mantuan, o adiantado Du Queiroz, Giuliano e Willian cercavam a área do Peixe atrás do atacante Róger Guedes. Ele usou modelo parecido na vitória contra o próprio Flamengo no Brasileirão. Vera no papel de volante solitário; Mateus Vital, Du Queiroz, Giuliano e Róger Guedes atrás do centroavante Yuri Alberto. O Timão fez 2 x 1 no Maracanã.
Os três jogos sob o comando de Vítor Pereira mostram evoluções táticas do legado de Dorival Júnior. Possibilidades de adaptações não somente ao adversário, mas às circunstâncias de cada partida. Individualmente, vale prestar atenção em alguns nomes. Matheuzinho pede passagem na lateral direita na disputa com Varela. O zagueiro-artilheiro Fabrício Bruno reivindica posição na defesa. Filipe Luís voltou bem na posição em que Ayrton Lucas iniciou voando baixo.
Do meio para a frente, chama a atenção a minutagem de Everton Cebolinha. O ponta esteve em 143 dos 270 minutos do time titular do Flamengo em campo. Há uma tentativa clara de recuperação do jogador. O atacante terminou aberto na esquerda, como gosta, no 4-1-4-1. Mais do que isso: indicou uma possibilidade. Bruno Henrique pode ocupar essa função quando estiver totalmente recuperado e atuar ao lado de Arrascaeta, Everton Ribeiro, Gabriel Barbosa e Pedro. Resultado de uma elenco sortido e de um time em montagem que só será testado de verdade a partir de sábado contra o Palmeiras na Supercopa e no Mundial de Clubes da Fifa.
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