Dez anos separam o gol de Adriano contra o Coritiba na 25ª rodada da campanha do título do Campeonato Brasileiro 2009, do gol de cobertura de Gabriel Barbosa na vitória por 1 x 0 sobre o Santos na bela partida deste sábado pela última rodada do primeiro turno de 2019.
Há semelhanças entre as duas obras-primas assinadas no velho e no novo Maracanã. O Imperador recebeu a bola de Petkovic em um contra-ataque. Gabigol ganhou assistência de Éverton Ribeiro antes da finalização de cobertura que brindou o clube com o título simbólico.
Em 2009, Adriano fez a torcida sonhar com o acesso ao G-4. O triunfo ajudou na arrancada. Levou o time ao oitavo lugar. O Palmeiras puxava o pelotão de elite. Naquela altura do campeonato, o camisa 10 do Flamengo era o artilheiro da Série A ao lado de Jonas, do Grêmio, com 13 gols. A torcida rubro-negra nem sonhava com o título, e o time inferior ao atual terminou campeão.
O Flamengo encerra o primeiro turno de 2019 em primeiro. Três pontos à frente do Palmeiras. A diferença é o confronto direto. No Maracanã, o rubro-negro derrotou o alviverde por 3 x 0. Gabigol é o goleador disparado desta edição com 16 gols. Está a dois de igualar a marca de 2018. No ano passado, arrematou a artilharia com 18. Jô e Henrique Dourado alcançaram a mesma marca em 2017. Fred, Willian Pottker e Diego Souza terminaram a edição de 2016 com 14 bolas na rede.
Artilheiros do Flamengo na história do Brasileirão
- Ademar Pantera, 15 (1967 – Robertão)
- Zico, 21 (1980)
- Nunes, 16 (1981)
- Zico, 20 (1982)
- Adriano, 19 (2009)
- Gabigol, 16 (2019 – em andamento)
Mas há outras provas de que Gabriel Barbosa opera no modo Gabigol. Fiz um levantamento aqui. Maior artilheiro da história do Brasileirão, o brasiliense Washington tinha 11 bolas na rede até a 19ª rodada de 2004. O Coração Valente fechou aquela edição com 34. Segundo colocado no ranking, Dimba contabilizava 13 em 2003. Fechou com 31. Detalhe: a Série tinha 24 times naquela época, ou seja, 46 rodadas. Em 2019, são 38.
Aos 23 anos, Gabigol está, sim, na briga para se tornar o maior artilheiro da história do Brasileirão. Restam 19 jogos. Ele disputou 15 no primeiro turno e ostenta média superior a um gol por partida. Númenos de impressionar Tite. O técnico da Seleção estava no Maracanã. Não há implicância de Tite com Gabigol. Vale refrescar a memória. O jogador estava na primeira lista do treinador dois dias depois de ajudar o Brasil a conquistar a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Portanto, as portas estão abertas.
O difícil é Tite convocar tantos jogadores rubro-negros em boa fase nos últimos quatro amistosos do ano. Rodrigo Caio, Gerson, Éverton Ribeiro, Gabigol e Bruno Henrique estão no radar dele. Sem contar Filipe Luís, titular de Tite na conquista da Copa América.
Gabigol pode até superar artilheiros rubro-negros na história do Brasileirão. Alcançou Nunes, artilheiro do Brasileirão 1981 com 16. Adriano anotou 19 em 2009. Zico foi às redes 21 vezes em 1980; 20 em 1982. Isso dá a dimensão da excelente fase de Gabigol.
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