Weverton Weverton: vice da Copa do Brasil 2013 no Maracanã e ouro nos Jogos do Rio-2016. Foto: Fifa (via Getty Images) Weverton: vice da Copa do Brasil 2013 no Maracanã e ouro nos Jogos do Rio-2016. Foto: Fifa (via Getty Images)

Do Acre ao Rio: como o Maracanã virou a casa das finais do goleiro Weverton

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Quer saber um pouco sobre quem é o goleiro Weverton Pereira da Silva? Aí vai uma dica: o titular do Palmeiras é um dos personagens do programa Rio Branco é mais gravado em 2018 em homenagem aos 136 anos da capital do Acre, cidade em que o jogador de 33 anos nasceu.

Em um trecho do vídeo, Weverton diz: “Sou um cara comum e sonhador como toda criança. Na escola, os professores tinham mania de falar “vocês querer ser o que quando crescer?”, e eu falava “quero ser jogador de futebol”, aí o professor já favava “poxa, mas tá tão longe, em um lugar tão longe e você quer sonhar com isso?”, disse o goleiro.

Weverton aproveitou a chance. Vestia a camisa do Juventus do Acre quando rolou a chance de aparecer na vitrine da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2005. “Quando eu tive a primeira oportunidade de sair daqui pra jogar a Copa São Paulo, eu pensei ‘é a chance da minha vida’. Eu tive a oportunidade de jogar fora de Rio Branco para as pessoas me verem e eu não voltar mais para Rio Branco, então esse era meu objetivo, e eu consegui esse feito em 2005”, explica.

A Copinha abriu as portas para Weverton ser contratado pelo Corinthians. Quarto goleiro na gestão de Mano Menezes, ganhou experiência em empréstimos ao Remo-PA, Oeste-SP, América-RN, evoluiu nas passagens por Botafogo-SP, Portuguesa — onde foi campeão da Série B — e atingiu alto nível ao vestir as camisas do Athletico-PR e do Palmeiras.

Talvez, Weverton jamais tenha imaginado disputar uma final no Maracanã como goleiro titular. Imagina três! A final da Libertadores neste sábado contra o Santos, às 17h, será a terceira dele no principal cartão postal do futebol brasileiro. Ali viveu dias de luta e dias de glória como diz a letra da canção de Charlie Brown Jr., uma das preferidas dos boleiros.

 

“Vivi um momento muito especial da minha vida dentro do Maracanã. Talvez tenha sido esse momento que me permitiu chegar aqui hoje, me permitiu ter continuidade na Seleção Brasileira. O sentimento de voltar ao Maracanã nesta grande final de Libertadores é algo até difícil de explicar. É um estádio que vai ficar eternizado na minha vida para sempre. Espero que possamos ter o mesmo final feliz”

Weverton, goleiro do Palmeiras, em entrevista à Palmeiras TV

 

Weverton era o goleiro do Athletico-PR na final da Copa do Brasil 2013. Amargou o empate por 1 x 1 no jogo de ida, na Vila Capanema, em Curitiba, e não impediu a derrota por 2 x 0 no duelo de volta, no Maracanã. Gols de Elias e Hernane frustraram o plano do então camisa 12 do Furacão. Weverton saiu frustrado do estádio, mas começava a ganhar respeito no mercado.

Três anos depois, Fernando Prass era cortado da Seleção Brasileira Sub-23, em Goiânia, quatro dias antes da estreia do Brasil no torneio masculino dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. O técnico Rogério Micale surpreendeu ao escolher Weverton para substituí-lo no elenco.

Micale acertou em cheio. Weverton sofreu apenas um gol em seis jogos na campanha da inédita medalha de ouro. A final foi justamente no palco em que ele havia sido vice da Copa do Brasil em 2013. Em um Maracanã abarrotado, virou herói na decisão por pênaltis. Defendeu a cobrança de Nils Petersen, a última da Alemanha, e viu Neymar fazer 5 x 4 para a Seleção.

Ouro nos Jogos do Rio-2016 e vice-campeão da Copa do Brasil 2013 no Maracanã, Weverton tem a oportunidade de brindar o Palmeiras com o bicampeonato da Libertadores no velho endereço dos grandes jogos da carreira. Weverton chega à final no papel de protagonista da campanha alviverde, principalmente, no duelo de volta com o River Plate nas semifinais. Ele é um dos quatro candidatos a craque desta edição do torneio. Concorre com companheiro Rony e os adversários na final Marinho e Kaio Jorge. O eleito receberá anel inspirado no Maracanã. O prêmio cairia bem nos dedos do goleiro que aprendeu a perder e ganhar títulos no estádio.

 

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