Djokovic, Osaka, Riner, Biles, Medina, Dream Team: primeira semana da Olimpíada cancela favoritaços

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As badaladas vítimas da primeira semana dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Fotos: AFP

Estamos apenas na primeira semana, mas os Jogos Olímpicos de Tóquio começam a chamar a atenção pela quantidade de surpresas protagonizadas por favoritaços em modalidades coletivas e individuais. A lista só cresce sete dias depois da abertura oficial da primeira edição do maior evento esportivo do mundo desde a Rio-2016 sem a presença de lendas como Michael Phelps (natação) e Usain Bolt (atletismo). Ambos dificilmente decepcionavam e saíram da água e das pistas para a história deixando o sarrafo elevado para os candidatos a sucessores. O mundo do esporte está boquiaberto, inclusive, com o quadro de medalhas. O anfitrião Japão é intruso na tradicional disputa à parte entre China, Estados Unidos e Rússia — travestida de Comitê Olímpico Russo nesta edição devido aos escândalos de doping.

A primeira grande surpresa dos Jogos aconteceu em um esporte improvável. A seleção masculina de basquete dos Estados Unidos ostenta o apelido de Dream Team desde os Jogos de Barcelona-1992. Nesta edição, teve início de “Nightmare Team”, ou Time dos Pesadelos. Os astros da NBA, a liga norte-americana, perderam para o primeiro jogo para a França. Os favoritaços se recuperaram diante do Irã, mas as derrotas para Nigéria e Austrália na pré-temporada mantêm o Dream Team sob desconfiança na sequência da competição.

Surpreendente, também, o desempenho do brasileiro Gabriel Medina no surfe. O bicampeão mundial era o mais cotado a conquistar a medalha de ouro e deixou os Jogos de Tóquio sem medalha. Foi eliminado na semifinal de forma polêmica pelo japonês Kanoa Igarashi, não conseguiu sequer o bronze na decisão contra o australiano Owen Wright.

Ninguém desembarcou tão favorita em Tóquio como a ginasta Simone Biles. Ostentava a indicação de sucessora de Michael Phelps e de Usain Bolt no olimpo dos superatletas, mas a norte-americana preferiu se dar de presente uma outra medalha. Biles abriu mão de finais olímpicas, no Japão, para zelar pela saúde mental. Não teve vergonha de se assumir humana, sentar-se na arquibancada do ginásio e apenas torcer pelas colegas de time dos EUA e até por concorrentes como a brasileira Rebeca Andrade, medalha de prata na decisão do individual geral.

Há surpresas também no tênis. Bicampeã do Australia Open (2019 e 2021) e do US Open (2018 e 2020), a japonesa Naomi Osaka acendeu a pira olímpica na cerimônia de abertura e foi apagada dos Jogos nas oitavas de final do torneio feminino pela checa Marketa Vondrousova. Nos casos específicos de Simone Biles e de Naomi Osaka, questões psicológicas também humanizaram candidatas a divindades do esporte.

Na madrugada desta sexta, o número 1 do mundo Novak Djokovic caiu nas semifinais do torneio de tênis masculino contra o alemão Alexander Zverev, quinto no ranking da ATP, e deu adeus ao sonho do Golden Slam, ou seja, títulos nos quatro Grand Slam (Australia Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open) e mais o ouro olímpico. O sérvio disputará o bronze.

O francês Teddy Riner é a bomba do judô. Decacampeão mundial, pentacampeão europeu e bi olímpico (Londres-2012 e Rio-2016), o peso pesado caiu nas quartas de final em Tóquio contra no combate com o russo Tamerlam Bashaev e amargou o bronze, mesmo resultado obtido por ele na edição de Pequim-2008. Para isso, precisou, inclusive, passar pela repescagem.

O mundo está surpreso, inclusive, com o que ocorre no quadro de medalhas a essa altura da Olimpíada de Tóquio. A tradicional disputa medalha por medalha entre Estados Unidos, China e Rússia tem um intruso. O anfitrião Japão ocupa a vice-liderança atrás da líder China. Os Estados Unidos amargam o terceiro lugar. Ainda restam nove dia de evento pela frente…

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Marcos Paulo Lima

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