Oferecido pelo Governo do Distrito Federal como plano B para a final da Copa Libertadores da América, em 23 novembro, caso a Conmebol desista da decisão no tumultuado Chile, o Mané Garrincha está sem manutenção do gramado há 18 dias. O motivo é uma dívida de quase R$ 300 mil do GDF com a empresa contratada desde 2013 (ano da inauguração da arena) para prestar o serviço. Em 10 de setembro, o blog revelou que o GDF avisou por meio de um despacho da Terracap que não tinha mais verba para bancar os trabalhos realizados no piso do estádio mais caro da Copa de 2014. No documento, o órgão comprometia-se a quitar os atrasos referentes a quatro meses — o período de maio a agosto. No entanto, o débito segue aberto e pode prejudicar ate mesmo a candidatura única de Brasília a palco da Supercopa do Brasil, em janeiro.
O blog apurou que, diante do impasse, a firma tirou o time de campo em 14 de outubro. Hoje, o gramado não tem condição de receber partida de alto nível. Um show no estádio deteriorou ainda mais o tapete. A agenda insana de eventos realizados no gramado piorou a situação. O gramado recebeu vários torneios amadores — contrariando a recomendação para a preservação do piso. Depois do Clássico dos Milhões entre Flamengo e Vasco, o lateral-esquerdo Filipe Luís chegou a reclamar dos gramados do futebol brasileiro — especificamente o Mané Garrincha.
O GDF renovou o contrato com a Greeleaf, prestadora do serviço de manutenção, em 28 de maio deste ano. O termo aditivo previa investimento de R$ 775.101,48 durante 12 meses. Com a privatização da administração da arena a partir de 26 janeiro de 2020, o acordo será suspenso a partir da virada do ano. O blog apurou que o dinheiro destinado aos pagamentos atrasados está separado, mas, admite uma fonte do governo, ainda não foi repassado à empresa. Sem garantia de pagamento para os serviços realizados de setembro a dezembro, a firma optou por sair de campo.
Preterido pela Fifa para o Mundial Sub-17, o Mané Garrincha não recebe jogo oficial desde a vitória do Fluminense sobre o Corinthians por 1 x 0, em 15 de setembro. No caso de mudança de endereço da final da Libertadores para Brasília, o estádio necessitaria de um mutirão para deixar o gramado em condições mínimas de receber uma decisão desse porte entre Flamengo e River Plate. Afinal, falta menos de um mês para o confronto.
A Fifa abriu mão do Mané Garrincha no Mundial Sub-17 sob alegação de que prefere estádios menores para o torneio. O histórico do torneio disputado desde 1985 mostra o contrário. A decisão de 2011 entre o anfitrião México e o Uruguai teve 98.943 torcedores no lendário Estádio Azteca, na Cidade do México. A final da edição passada, na Índia, arrastou 66.684 pagantes à arena em Kolkata.
Como o Brasileirão está entrando na reta final, é pouco provável que o Mané Garrincha receba mais jogos. O Regulamento Geral das Competições da CBF veta a venda do mando de campo nas últimas cinco rodadas da Série A, ou seja, da 34ª em diante.
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