Sim, a Libertadores não acabou. O Fluminense passou pelo Internacional. Há uma final pela frente no Maracanã, em 4 de novembro, contra Palmeiras ou Boca Juniors, duas camisas pesadíssimas com nove títulos continentais somados. O tricolor é candidato a quebrar um tabu de nove anos. O San Lorenzo é o último campeão inédito. Conquistou a Glória Eterna em 2014. Se conseguir, o clube das Laranjeiras irá ao Mundial de Clubes da Fifa.
O Fluminense — e os gols inacreditáveis desperdiçados por Enner Valencia pelo Internacional no Beira-Rio — estão deixando sonhar com um duelo no campo das ideias entre os técnicos Fernando Diniz e Pep Guardiola na Arábia Saudita. Já pensou? Uma final entre Fluminense e Manchester City. Claro, isso se novos ricos do Oriente Médio, como o Al-Ittihad de Karim Benzema, não estragarem a festa antes, nas semifinais. Falta muito até lá, óbvio, mas o exercício de imaginação vale a pena. Brincadeiras à parte…
Nosso complexo de vira-lata só permite enxergar as peripécias táticas de Pep Guardiola. O gramado da “vizinha” Premier League é mais verde do que o nosso. As ideias mirabolantes do melhor técnico do mundo são aplaudidas de pé — inclusive por mim. O cara é gênio, mesmo. Ponto. Mas nós também temos um profissional fora da caixinha no Brasil. Muitas vez incompreendido. Há dois anos, o desempregado Fernando Diniz voltava ao mercado para assumir o Vasco na Série B do Campeonato Brasileiro. A tolerância dos sábios de São Januário durou 12 jogos. Demitido depois de quatro vitórias, três empates e cinco derrotas.
Você pode gostar ou não das ideias do Fernando Diniz, Faz parte. Mas é preciso no mínimo assumir que ele ousa sair da mediocridade. A reação com um jogador a menos depois da expulsão de Samuel Xavier na primeira partida, no Maracanã, e a virada em seis minutos nesta quarta-feira, no Beira-Rio, justificam a escolha do presidente da CBF por ele interinamente para assumir a Seleção Brasileira enquanto Mister Carlo Ancelotti não vem.
Diniz fez mais do mesmo, mas executou como só ele sabe. Tirou o zagueiro Felipe Melo da defesa para colocar John Kennedy em campo e deslocou André para a função de beque. Sacou Alexsander e inseriu Matheus Martinelli no time. Saiu da obviedade ao mudar o lateral-direito Guga por Yony González. Marcelo virou jogador-total. Foi tudo menos lateral-esquerdo. Circulou com liberdade pelo campo. Diniz fez tudo isso porque precisava. Estava atrás no placar agregado. Perdia por 3 x 2. Portanto, não havia outra alternativa.
A transformação deixou o Fluminense no 4-2-4. Extremamente exposto. Diniz poderia ter ido de gênio a professor pardal se Enner Valencia não tivesse desperdiçado duas chances claríssimas de gol. Era colocar uma bola na rede e a semifinal estaria resolvida. Não fez e o estilo de jogo tricolor se impôs, por exemplo, na inversão de papéis. O lento Cano sai da área e assume o papel de garçom. É quem serve John Kennedy no gol de empate.
A virada começa lá atrás. O zagueiro Nino inicia a trama de pé em pé até uma nova inversão de papéis na comissão de frente. Cano havia voltado à posição original. Estava na área para receber a assistência do colombiano Yony González e colocar o Fluminense novamente na final. Quinze anos depois do vice contra a LDU em 2008, o tricolor ganha a segunda oportunidade de conquistar a Glória Eterna. Em casa. Ali pertinho, no Maracanã.
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