Desprezado pela Conmebol na lista das quatro sedes de 1989 e das cinco de 2019, o Estádio Mané Garrincha tem tudo para ser o palco principal da Copa América em 2021 — com direito a combo abertura + final. Isso se Flamengo e Fluminense não abrirem mão de jogar no Maracanã no Brasileirão. Independentemente deste desfecho, a arena da capital do país será uma das anfitriãs do torneio.
A Conmebol oficializou na manhã desta segunda o Brasil como anfitrião do torneio em substituição a Argentina e Colômbia. Os dois países passam por problemas gravíssimos: aumento do número de casos de infecção por covid-19 no caso argentino e convulsão social provocada por aumento de impostos, respectivamente. O Brasil está longe de ter a pandemia sob controle, óbvio, porém, houve garantia do governo federal e de alguns governadores consultados pela Conmebol para a realização do evento. Chile, Estados Unidos e o cancelamento da competição eram outras alternativas. Todas desprezadas.
A Copa América está prevista para 13 de junho a 10 de julho. São dois grupos com 10 seleções: Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador e Peru em um; Argentina, Bolívia, Uruguai, Chile e Paraguai no outro. Os quatro melhores de cada chave avançarão às quartas de final no sistema de mata-mata. Austrália e Qatar eram convidados, mas desistiram devido à pandemia.
“Hoje, recebemos o firme respaldo dos membros do Conselho da Conmebol que, por unanimidade, aprovaram a proposta da Conmebol Copa América 2021 ser disputada no Brasil. É um prazer contar com o apoio constante de nossos colegas”, afirma o presidente da entidade, o paraguaio Alejandro Dominguez.
O blog apurou que havia negociação na noite de domingo para que Brasília fosse um dos estádios sede da Copa América 2021. A preferência é por arenas construídas para o Mundial 2014 que estejam sendo pouco ou nada utilizadas neste momento, principalmente nas quatro séries do Campeonato Brasileiro, a fim de não prejudicar as competições em andamento. São os casos, além do Mané Garrincha, da Arena Pernambuco, da Arena das Dunas e da Arena da Amazônia. A Conmebol deseja realizar a final no Maracanã, mas depende de uma negociação com Flamengo e Fluminense, que mandam seus jogos do Brasileirão na arena. O Plano A, no momento, para abertura e final, é o Mané Garrincha. Se o Maracanã for liberado, a decisão irá para o Rio.
Rio (Maracanã), São Paulo (Morumbi e Arena Corinthians), Porto Alegre (Arena do Grêmio), Salvador (Arena Fonte Nova) e Belo Horizonte (Mineirão) receberam a Copa América no Brasil, em 2019. Vinte anos antes, Goiânia (Serra Dourada), Salvador (Arena Fonte Nova), Recife (Arruda) e Rio de Janeiro (Maracanã) receberam a competição em 1989.
O Governo do Distrito Federal e Arena BSB, concessionária responsável pela administração do estádio, foram as primeiras a sinalizar positivamente, inclusive com a possibilidade de presença de público na decisão do título. O Brasil é o atual campeão do torneio continental. Venceu o Paru na final de 2019, no Maracanã.
Brasília estreitou relações com a Conmebol depois de receber dois eventos da entidade recentemente. Abrigou o jogo de volta entre Santos e San Lorenzo pela fase eliminatória da Libertadores e a decisão da Recopa Sul-Americana entre Palmeiras e Defensa y Justicia. Pouco tempo depois, conquistou o direito de abrigar a decisão da Copa Sul-Americana 2022.
Grupo A: Argentina, Bolívia, Uruguai, Chile e Paragua
Grupo B: Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador e Peru
O Mané Garrincha tenta ser o palco principal da Copa América por pelo menos três motivos: tem um dos três aeroportos mais movimentados do país, oferece setor hoteleiro bem próximo da área de competição e os cubes do Distrito Federal utilizam muito pouco a arena. O maior prejudicado deve ser o Gama. Os jogos do time na Série D estão agendados para o Mané Garrincha porque o gramado do Bezerrão está cedido a um hospital de campanha. O Brasiliense manda seus jogos no Serejão, em Taguatinga. A tendência é de que o Gama tenha que arrumar uma nova casa durante a disputa da Copa América.
O blog apurou que a intenção da Conmebol é realizar a abertura e a final da Copa América em Brasília, mas o martelo não está batido. Pesa também a favor do encaminhamento o sucesso de Brasília como anfitriã do Mundial Sub-17 da Fifa, em 2019. À época, a capital foi o centro da organização do torneio no país. Os jogos também passaram por Goiânia e Cariacica, no Espírito Santo. Abertura e final foram em Brasília.
Politicamente, a transferência da Copa América para o Brasil ocorre em um momento de instabilidade para os presidentes da CBF, Rogério Caboclo, e do Brasil, Jair Bolsonaro. O Chefe de Estado foi alvo de protestos pelo Brasil no último fim de semana. O dirigente da entidade máxima do futebol enfrenta crise administrativa interna.
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