Depois de Paulo Autuori, Levir Culpi coloca o dedo nas feridas do Estádio Mané Garrincha

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Quando um treinador fala mal do Mané Garrincha você pode até duvidar. Agora, se dois colocam o dedo na mesma ferida, há realmente algo de errado. Nesta segunda-feira, o técnico do Atlético-MG, Levir Culpi, soltou o verbo contra o principal estádio do Distrito Federal. Desqualificou o gramado e reclamou da falta de água quente no vestiário para os jogadores tanto do Galo quanto do Fluminense tomarem banho.
Não é a primeira vez. Em agosto de 2013, ou seja, quatro meses depois da inauguração do Mane Garrincha, Paulo Autuori reclamou do mesmo problema na passagem do São Paulo por Brasília. “Você chega em um estádio de Copa do Mundo, inacabado, os caras que estão no banco não podem ver o jogo porque a televisão tem dois câmeras matando a visão. O cara (jogador) é profissional, está no jogo, mas não pode vê-lo. Eu demorei a chegar porque não tinha água quente, tivemos de esperar”, reclamou há dois anos.
Pelo jeito, os problemas continuam. O estádio só operou próximo do chamado padrão Fifa na Copa do Mundo. E olhe lá. Nas últimas vezes que fui ao estádio como torcedor, fiquei assustado com a quantidade de rachaduras em uma arena tão nova. Já diz o ditado. A pressa é inimiga da perfeição. Correram para entregar o estádio de qualquer jeito para a abertura da Copa das Confederações. O resultado é o abandono. O blog do amigo José Cruz no UOL mostra barras de ferro largadas nos arredores do Mané Garrincha. Fizeram um evento, desmontaram a estrutura e ficou lá. Imagina se há uma confusão do lado de fora. O entulho viraria arma de guerra. Mas quem comprou o jogo não está nem aí para isso. Muito menos quem deveria fiscalizar isso.
Cansei de repetir. Brasília merece um estádio? Lógico, mas para no máximo 40 mil pessoas. No entanto, o olho grande na abertura da Copa das Confederações e em sete jogos da Copa do Mundo desconectaram a cidade de sua mais óbvia e ululante realidade. O futebol do Distrito Federal praticamente paga para o torcedor assistir à final do Candangão. Teve 26 mil pagantes na final entre Brasília e Gama? O bilhete foi baratinho! Nem mesmo Atlético-MG e Fluminense conseguiram encher o elefante vermelho. A Copa passou. As mazelas do futebol candango, que só tem um time no Brasileirão — e na Série D — continuam expostas. E ficam mais ainda quando um Levir Culpi da vida vem aqui e toca na ferida.
Marcos Paulo Lima

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