Depois do vexame na Libertadores, resta ao São Paulo recitar o mantra das estreias com derrota

Publicado em Sem categoria

Nem sempre dá certo, mas o São Paulo tem um mantra: perder na estreia da Copa Libertadores da América tem cheiro de título. Para variar, o São Paulo foi derrotado nesta quarta-feira pelo The Strongest, da Bolívia, no Pacaembu. Normal, dirão os tricolores que não têm memória curta. Em 18 estreias no torneio, o São Paulo só venceu três: em 1974, em 2004 e em 2006. As vítimas foram, respectivamente, Palmeiras, Alianza e Caracas.

Para tentar curar a dor da derrota para o The Strongest, as boas recordações do tricampeonato. Lembra daquele timaço do Telê Santana em 1992? Estreou perdendo por 3 x 0 para o Criciúma, no Estádio Heriberto Hülse. Acabou campeão em cima do Newell’s Old Boys. Lembra do timaço de 1993, também do Telê Santana? Foi vítima do Newell’s Old Boys no jogo de ida das oitavas de final: 2 x 0. Na época, o detentor do título tinha o direito de entrar na fase de mata-mata. Acabou campeão em cima da Universidad Católica. Lembra da equipe de 2005? Empatou por 3 x 3 com o mesmo The Strongest. Acabou campeão diante do Atlético -PR.

Perder para o The Strongest tem um sabor amargo para o São Paulo, sim. O time boliviano não vencia uma partida fora de casa há 34 anos. Em 48 jogos depois do último milagre, perdeu 41 e empatou sete. Um desempenho pífio. O São Paulo é superior ao The Strongest. Não tenho dúvida disso. Mas é preciso ter paciência. É um ano de transição para um clube que — vamos ser sinceros — não era nem para estar na Libertadores de 2016 depois de tudo o que aconteceu com o clube na temporada passada. Mas já que chegou, paciência.

Paciência com o vexame de ontem. Paciência com um time que sente a falta de referência, do líder Rogério Ceni. Paciência com os erros do técnico argentino Edgardo Bauza. Ele errou, sim, na escalação, ao insistir com Centuríon em vez de Rogério, o Neymar do Nordeste. Errou ao deixar Calleri no banco de reservas e continuar com Alan Kardec. Pior ainda trocar Alan Kardec por Kieza, um jogador que não está à altura da camisa tricampeã continental e do mundo. Errou ao insistir com o irregular Paulo Henrique Ganso do início ao fim do jogo. Não está fluindo com um camisa 10? Joga sem ele!

O São Paulo vive um drama neste início de Libertadores. E reza para que, em meio ao repertório de más estreias, ao menos três inspirem o São Paulo a reagir e conquistar o tetracampeonato da Libertadores. Mas não vai ser fácil, não…


Todas as estreias do São Paulo na Libertadores

1972 – 2 x 2 Atlético-MG
1974 – 2 x 0 Palmeiras
1978 – 1 x 1 Atlético
1982 – 2 x 2 Grêmio
1987 – 1 x 3 Guarani
1992 – 0 x 3 Criciúma
1993 – 0 x 2 Newell’s Old Boys-ARG
1994 – 1 x 1 Unión Española-CHI
2004 – 2 x 1 Alianza-PER
2005 – 3 x 3 The Strongest-BOL
2006 – 2 x 1 Caracas-VEN
2007 – 0 x 0 Audax Italiano-CHI
2008 – 1 x 1 Atlético Nacional-COL
2009 – 1 x 1 Independiente Medellín-COL
2013 – 1 x 2 Atlético-MG
2015 – 0 x 2 Corinthians
2016 – 0 x 1 The Strongest-BOL