Duda O venezuelano foi demitido 52 dias depois de ser apresentado pelo Atlético-MG. Foto: AFP O venezuelano foi demitido 52 dias depois de ser apresentado pelo Atlético-MG.

Queda de Dudamel pode fazer fila de técnicos brasileiros campeões nacionais desempregados andar

Publicado em Esporte

A demissão de Rafael Dudamel depois do vexame contra o Afogados-PE na segunda fase da Copa do Brasil deve reabrir as fronteiras da Cidade do Galo aos técnicos brasileiros depois de duas apostas frustradas em treinadores estrangeiros. O uruguaio Diego Aguirre passou cinco meses no clube e pediu demissão. O venezuelano cai pouco mais de um mês da apresentação em 8 de janeiro. Largou o certo trabalho na seleção pelo duvidoso emprego no Brasil.

O sucesso de Jorge Jesus no Flamengo com cinco títulos em menos de um ano de trabalho contagiou Atlético-MG, Internacional e Santos. Todos contrataram técnicos estrangeiros na virada do ano. O português é caso raro. Além de conhecimento, desembarcou no país para comandar um elenco fora de série e demonstra estar à altura dele. Rafael Dudamel, Jesualdo Ferreira e Eduardo Coudet não contam com repertório tão variado quanto o de Jesus. Precisam de mais tempo, porém, no Brasil, paciência de Jó é só história da Bíblia.

A procura do Galo por um novo treinador deve ser rápida. Curiosamente, três profissionais campeões brasileiros recentemente estão empregados. Luiz Felipe Scolari levou o Palmeiras ao título em 2018. Trabalhou em Belo Horizonte. Comandava o Cruzeiro antes de aceitar o convite de Ricardo Teixeira para assumir a Seleção e levá-la ao pentacampeonato.

Alexi Stival, o Cuca, é muito querido pela diretoria e a torcida do Galo. O motivo todos sabem: brindou o clube com o título mais importante de sua história, a Libertadores de 2013. Deixou ainda dois títulos estaduais na sala de troféus — o Mineiro de 2012 e 2013.

Marcelo Oliveira ganhou bicampeonato brasileiro com o Cruzeiro em 2013 e 2014. Conhece o futebol mineiro como poucos. Colecionou títulos com a camisa alvinegra nos tempos de jogador e está desempregado. Em 2016, foi vice-campeão da Copa do Brasil à frente do Galo na decisão contra o Grêmio de Renato Gaúcho, ou seja, é mais uma opção. Uma alternativa antes mesmo de fechar com Dudamel era Fábio Carille. Preterido, o mentor do título brasileiro de 2017 do Corinthians embarcou para uma nova aventura na Arábia Saudita (Al-Ittihad).

Há outro técnico de ponta no mercado que jamais foi campeão brasileiro, está desempregado e conhece o futebol mineiro. Mano Menezes guiou o Cruzeiro ao bi da Copa do Brasil e jamais conquistou a Série A — título que o Galo não ganha desde 1971.

A coerência indica que a diretoria do Atlético deveria trocar um treinador estrangeiro por outro estrangeiro. Há boas opções, mas a diretoria reabriria negociações com o argentino Jorge Sampaoli e cederia aos seus abusivos caprichos? Agiria com ousadia e apresentaria proposta ao comandante espanhol Miguel Ángel Ramírez do Independiente Del Valle?

O fato é que a passagem de Rafael Dudamel pelo Atlético-MG deixa um legado tenebroso para o sucessor. O time está fora da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil, o torneio mais rentável e possível de ser conquistado pelo clube na temporada. Com as quedas diante do Unión Santa Fé da Argentina e o Afogados da Ingazeira, a perda de receita é brutal. Em pleno mês de fevereiro, restam ao Galo o Campeonato Mineiro e o Brasileirão. A possibilidade de ganhar o Estadual é imensa. Na Série A, a realidade é brigar por vaga à Pré-Libertadores.

 

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