A assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol confirmou ao blog na noite desta segunda-feira que Marco Polo Del Nero está de volta à presidência da CBF. Licenciado desde 7 de janeiro para preparar sua defesa em relação às acusações de corrupção em um processo que corre nos Estados Unidos, quando delegou o comando da entidade ao vice mais velho, o coronel Nunes, o dirigente convocou formalmente os vices na última sexta-feira (8) para uma reunião marcada para esta segunda na sede da CBF, na Barra da Tijuca, e surpreendeu ao anunciar o retorno ao poder. A CBF diz que Del Nero voltou a ser o presidente na última quinta-feira, mas, na terça, ele se reuniu com o técnico Dunga e o diretor de seleções, Gilmar Rinaldi.
O blog apurou que dois vices não compareceram. Delfim Peixoto, presidente da Federação de Santa Catarina e vice pela Região Sul, confirma ter recebido, na sexta-feira, um documento assinado pelo chefe de gabinete da CBF, Ivan dos Santos Souza, mas revela: “Não me mandaram passagem e muito menos reserva de hotel, como é de praxe em convites como esse. Eu não conseguiria me deslocar até o Rio para uma reunião às 11h. Certamente, era para ele anunciar o retorno à presidência antes do tempo e ele não queria a minha presença”, disse Delfim.
Presidente interino da CBF após o primeiro pedido de licença de Del Nero, o deputado federal e vice da entidade pela região Centro-Oeste, Marcus Vicente, também não compareceu por dois motivos. Além de marcar presença em um dia agitado na Câmara dos Deputados, com a votação do parecer sobre o pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, Marcus Vicente teve as “asas cortadas” por Del Nero quando ocupou o cargo interinamente. Logo, também virou desafeto do presidente.
Em entrevista ao blog, Marcus Vicente explicou a ausência. “Recebi um email da CBF às 22h de sexta-feira. Entrei em contato com o Marco Polo Del Nero por telefone, mas ele não atendeu. Quando retornou, era 10h da manhã de sábado e eu estava em Montanha (ES), na divisa com a Bahia. Avisei que eu tinha uma agenda extensa no fim de semana e, na segunda-feira, teria mais compromissos com a reunião na Câmara sobre os fundos de pensão e a votação do impeachment da presidente. Ele virou para mim e disse para eu não me preocupar porque a reunião não era tão relevante e que a minha presença não seria imprescindível. Para minha surpresa, ele oficializou o retorno à presidência”, contou Marcus Vicente. O site da Câmara dos Deputados de fato registra a presença do deputado nesta segunda.
“Em 5 de janeiro, Del Nero afastou (Marcus Vicente) do cargo. Ele (Marcus Vicente) pensou em mudar alguém lá dentro. Marco Polo queria ficar por trás, mandando. Não quer que mexa com o esquema dele”, acusa Delfim Peixoto, que será julgado nesta semana no Superior Tribunal de Justiça Desportiva por ter denunciado manobras na Confederação Brasileira de Futebol. Na contramão de Delfim Peixoto e de Marcus Vicente, os demais vices, coronel Nunes (Sudeste), Fernando Sarney (Norte) e Gustavo Feijó (Nordeste) compareceram à reunião.
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