De vilão no São Paulo a herói substituto na vitória do Atlético-MG: Igor Gomes ensaia volta por cima

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A impaciente torcida do São Paulo é especialista em ejetar pratas da casa do Morumbi e reforçar concorrentes. Tem sido recorrente, por exemplo, na Libertadores. Oscar não tinha boa relação no clube paulista, mediu forças na Justiça e foi vendido para o Internacional. Na casa nova, conquistou o título continental em 2010, a Recopa Sul-Americana em 2011 e o Campeonato Gaúcho em 2011 e em 2012 antes de embarcar feliz da vida rumo ao futebol europeu.

Rodrigo Caio era muito questionado no São Paulo. O ambiente piorou quando o zagueiro agiu como bom moço no polêmico lance em que avisou ao árbitro Luiz Flávio de Oliveira que ele, e não Jô, dera um pisão no goleiro Renan Ribeiro. Diante da sinceridade do beque, o Juiz cancelou o cartão amarelo para o centroavante do Corinthians. O técnico Rogério Ceni, por exemplo, não gostou da conduta do defensor. Sem ambiente no clube por esse e outros motivos, Rodrigo Caio mudou de ares e viveu a melhor fase da carreira no Flamengo de Jorge Jesus. Imprescindível ao lado de Pablo Marí, levou o time rubro-negro à conquista da Libertadores em 2019.

Igor Gomes é o candidato da vez a dar volta por cima longe dos ares carregados do Morumbi. A torcida do São Paulo não aguentava mais vê-lo por lá. Fez até campanha nas redes sociais a fim de juntar dinheiro e comprá-lo para repassar a outro clube. Portanto, a transferência para o Atlético-MG parece ter feito um bem danado ao jogador — e não aceita dor de cotovelo. “Cada dia estou mais solto, mais leve, mais feliz e adaptado em vestir essa camisa do Galo”, afirmou.

O jovem meia de 24 anos iniciou a vitória do Atlético-MG por 2 x 0 contra o Alianza Lima como mero coadjuvante em um meio de campo formado pelos volantes Zaracho e Battaglia na proteção à defesa e Cristian Pavón e Igor Gomes na armação atrás de Vargas e de Hulk.

O protagonista Hulk desperdiçou uma cobrança de pênalti e abdicou do papel de super-herói em uma noite tensa no Independência, em Belo Horizonte. Coube a Igor Gomes, que até então acumulava 19 partidas com a camisa do Galo e nenhum gol muito menos assistência, sair de trás da cortina e roubar a cena. Escalado como meia esquerda, balançou a rede duas vezes e manteve a esperança do Galo de avançar às oitavas de final. Foi a primeira vitória atleticana depois de derrotas para o Libertad, em casa, e o Athletico-PR, em Curitiba.

Para quem não lembra, Igor Gomes é um dos xodós do empresário Wagner Ribeiro. O agente disse um dia que seu cliente era o novo Kaká. Até peitou Fernando Diniz nos tempos de São Paulo por escalar o jogador como ponta — e não meia. Diniz respondeu à altura. Disse que estava fazendo mais por Igor Gomes do que o empresário dele. Como Massa não tem nada a ver com tretas do passado, deixou o Independência feliz da vida com os três pontos creditados na conta do Atlético-MG no Grupo G da Libertadores por quem virou “anjo da guarda” de Hulk.

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Marcos Paulo Lima

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