Da majestosa exibição de Cássio aos erros e acertos de Rogério Ceni e Vítor Pereira no clássico paulista

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O Campeonato Brasileiro deste ano é um alento. Não precisamos mais contar nos dedos de uma ou das duas mãos a quantidade de bons jogos entre os 380 disputados na Série A. O empate por 1 x 1 entre Corinthians e São Paulo, na Neo Química Arena, entra para a minha lista em 2022. O clássico não foi travado na rotação das principais ligas europeias, como a excelente Premier League, por exemplo, mas Vítor Pereira e Rogério Ceni apresentaram boas propostas, contaram com qualidade dentro de campo para colocá-las em prática e testemunharam uma tarde de gala do goleiro Cássio.

Rogério Ceni acertou em cheio na formação inicial. Apostou no sistema com três zagueiros, investiu nas ações ofensivas pela esquerda acionando Reinaldo e dificultou os planos de Vítor Pereira. O português espelhou o 3-5-2, mas foi dominado. O São Paulo aniquilou o adversário e criou muitas chances no primeiro tempo. Sofreu gol bem anulado de Jô, é verdade, mas Calleri foi impecável em sua especialidade — o oportunismo. Dominou a bola da maneira que foi possível e encheu o pé para estufar a rede alvinegra.

A partir daí, Cássio entrou em cena. O tricolor poderia ter resolvido a partida antes do intervalo se o goleiro adversário não tivesse protagonizado uma série de três defesas consecutivas antes do apito final de Wilton Pereira Sampaio. O bombardeio poderia ter sacramentado o resultado na melhor exibição do time no ano. Melhor até do que a vitória contra o Palmeiras no primeiro duelo da final do Campeonato Paulista.

Veio o segundo tempo, e Rogério Ceni errou ao mexer no time que estava ganhando. Trocou Igor Vinicius, Reinaldo e Luciano por Rafinha, Patrick e Eder numa tacada só. Abriu mão do sistema com três zagueiros, passou para o 4-1-3-2, e atraiu o Corinthians para cima do São Paulo. Bem parecido com o que ele havia feito, por exemplo, diante do Juventude, em Caxias do Sul, no segundo duelo pela terceira fase da Copa do Brasil. Configurou o time da mesma forma, abriu 2 x 0, mudou o desenho no intervalo e atraiu a equipe gaúcha.

Vítor Pereira transformou o Corinthians do 3-5-2 para o 4-3-3 ao tirar Gil e inserir Adson no time. Acuado, o São Paulo aceitou a pressão do Corinthians e da torcida, em Itaquera. O Timão se fortaleceu ainda mais depois que Rogério Ceni tirou Rodrigo Nestor para a entrada de Gabriel. Sem meio de campo e contra-ataque, o tricolor sofreu o gol de empate em um erro de marcação. Enquanto Junior Moraes acionava Lucas Piton na linha de fundo, Adson entrou sozinho dentro da área para decretar o empate na Neo Química Arena.

Em uma das raras chegadas do São Paulo no segundo tempo, Léo encontrou Igor Gomes dentro da área. O companheiro cabeceou firme, mas lá estava Cássio novamente para garantir o justo empate por 1 x 1. Nome do jogo, o goleiro saiu lesionado. A dor do ídolo evitou o desprazer da primeira derrota para o arquirrival na casa própria e manteve o time paulista isolado na liderança do Brasileirão pela quarta rodada consecutiva. A quinta em sete rodadas. Sim, a maratona está só começando, mas é preciso respeitar o Corinthians. Chamo atenção apenas para um detalhe. Assim como Paulo Sousa tem uma bomba relógio no Flamengo, o compatriota dele, Vítor Pereira, também. Não parece boa a relação dele com Róger Guedes. Olho neles.

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Marcos Paulo Lima

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