São justas as críticas à violência contra torcedores do Boca Juniors, no Rio de Janeiro, antes da da final deste sábado da Libertadores, no Maracanã. Injusto é o complexo de vira-lata, ou seja, achar que o problema é exclusividade do futebol sul-americano.
Vale refrescar a memória da turma da amnésia seletiva. Há dois anos, a decisão da Champions League entre os badalados Liverpool e Real Madrid, no Estádio Saint-Denis, nos arredores de Paris, começou com 37 minutos de atraso por causa de uma confusão no acesso à moderna arena anfitriã da final Copa do Mundo de 1998 e da Eurocopa em 2016.
Após longa espera para entrar no estádio, torcedores entraram em atrito com policiais. Os agentes de segurança responderam com gás lacrimogêneo. Houve invasão ao estádio. Pularam os portões. “A organização em volta do estádio não tem o tamanho de uma final de Champions. Usam gás de pimenta em áreas com crianças e torcedores não envolvidos. É perigoso”, criticou à época Marvin, irmão do zagueiro Matip, indignado com a situação.
No caso específico da final única da Libertadores nesta temporada, a polícia vacila ao ignorar o fator redes sociais. É lá que os valentões combinam atos como o desta quinta-feira. Articulam os planos, combinam a tática, marcam local, horário e o início dos ataques. O serviço de inteligência pode mapear isso. A decisão está marcada para o Rio de Janeiro faz tempo. Logo, houve tempo para estudar, se antecipar, prever e neutralizar na raiz o foco das possíveis confusões.
A impressão é de que os vândalos do Fluminense conseguiram o que desejavam: mídia para os maus feitos. Peitar a torcida do Boca Juniors não deixa de ser uma espécie de marketing da truculência. Uma espécie de demonstração de marcar território e enviar um recado aos vizinhos do Rio de Janeiro sobre a capacidade bélica contra adversários brasileiros e/ou de outros países.
Seja na Europa ou na América do Sul, na Champions League ou na Libertadores, é necessário tratar os eventos do futebol cada vez mais com o monitoramento das trocas de mensagens nas redes sociais. Em tempos pós-modernos, as estratégias de guerra são traçadas nas camadas mais obscuras da internet. A certeza é de que o problema não é exclusividade da Conmebol, da Uefa ou de qualquer uma outra entidade continental da família Fifa.
Aí vai um alerta ao esquema de segurança da final única da Libertadores. Não se esqueçam de que a sala de imprensa do Maracanã foi invadida por torcedores chilenos sem ingresso na terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 2014? Eles não tinham bilhete para o duelo com a Espanha, acharam o ponto vulnerável do estádio para a ação e invadiram o setor de mídia. Foi praticamente impossível detê-los em meio ao pânico horas antes do início da partida.
Todo cuidado será pouco na tarde deste sábado na decisão da Libertadores. A final de 2020, no Maracanã, não teve público por causa da pandemia. Palmeiras e Santos disputaram o título no modo silencioso no Rio. Bem diferente do clima deste sábado entre Boca Juniors e Fluminense.
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