Em tempos de exaltação às gerações belga, inglesa e espanhola na Eurocopa, o Brasil também tem sua safra especial. Ex-meninos que viraram homens e podem brindar o país na final da Copa América contra a Argentina neste sábado, às 21h, no Maracanã, com o sétimo título em 12 anos. Eles acumulam seis troféus conquistados das divisões de base ao profissional: Sul-Americano Sub-17 (2009), Sul-Americano Sub-20 (2011), Mundial Sub-20 (2011), Copa das Confederações (2013), Ouro nos Jogos Olímpicos do Rio (2016) e Copa América (2019). Havia pelo menos um representante da safra em cada um desses títulos.
O marco é 2009. Naquele ano, surgia no país uma promissora geração de jogadores nascidos em 1991 e 1992. O primeiro sinal de que algo de bom viria pela frente foi dado no Sul-Americano Sub-17 de 2009. O goleiro Alisson e o volante Casemiro — ambos inscritos na Copa América 2021 — conquistaram o título do torneio das categorias de base disputado no Chile sob o comando do técnico Lucho Nizzo. O elenco ainda contava com Philippe Coutinho. Ele só não estará na final porque estava contundido antes da convocação de Tite.
Dois anos depois, a mesma geração levou o Brasil a dois títulos. Liderados por Ney Franco, os laterais Danilo e Alex Sandro, o volante Casemiro e o então camisa 7 Neymar — Lucas Moura usava a 10 — brindaram o país com o título. Sete meses depois, sem a companhia de Neymar, Danilo, Alex Sandro e Casemiro ganharam a Copa do Mundo Sub-20, na Colômbia. Aquele grupo sortido ainda tinha Oscar, Fernando, Dudu, Willian José e Allan.
“Entre nós, a gente só conversa sobre as histórias que passamos juntos lá no começo ao longo do caminho e hoje somos os mais coroas da Seleção Brasileira. Temos orgulho da nossa geração, que conseguiu títulos importantes para a Seleção”
Neymar, em resposta ao blog
Em 2013, o Brasil ganhou o tetra Copa das Confederações contra a Espanha, no Maracanã. Três representantes da geração nascida em 1991/1992 faziam parte do grupo: os titulares Neymar e Oscar e o reserva Lucas Moura. Neymar e Oscar amargaram o vexame na Copa do Mundo de 2014, mas também amadureceram não somente com aquela campanha marcada pelo7 x 1, mas, também, com a derrota na final dos Jogos Olímpicos de Londres-2012. O Brasil foi superado pelo México na decisão e amargou a medalha de prata, em Wembley. Danilo, Alex Sandro e Neymar fizeram parte daquele projeto comandado por Mano Menezes.
Na Olimpíada seguinte, Neymar assumiu o papel de embaixador da geração 1991/1992 na conquista da inédita medalha de ouro, no Maracanã, contra a Alemanha. Fez gol de falta no tempo normal e acertou a cobrança do título na decisão por pênaltis.
Danilo, Alex Sandro, Casemiro e Neymar estavam juntos na Copa da Rússia. Sentiram a dor da eliminação contra a Bélgica nas quartas de final. Sem Neymar, cortado dias antes da Copa América de 2019, Danilo, Alex Sandro, Casemiro, Allan e Alisson levaram o Brasil ao nono título do torneio continental, no Maracanã, contra o Peru.
“É gostoso você ouvir que uma geração de tanto tempo vem jogando junto. Mostra que a base é importantíssima para nós. Você faz um bom trabalho e tem a recompensa na Seleção principal”
Casemiro, em resposta ao blog
De 2011 a 2020, a geração 1991/1992 foi responsável por seis títulos da base ao profissional. Neymar, Alisson, Casemiro, Danilo e Alex Sandro estão juntos novamente na final deste sábado da Copa América contra a Argentina, no Maracanã. Na última quinta-feira, o blog participou da zona mista virtual organizada pela CBF e abordou Danilo, Casemiro e Neymar sobre o sucesso da geração deles nas conquistas do Sul-Americano Sub-17 (2009) e Sub-20 (2011), do Mundial Sub-20 (2011), Copa das Confederações (2013), Jogos Olímpicos do Rio (2016) e Copa América (2019), e sobre a possibilidade de colocaram no museu a sétima conquista em 12 anos.
“É uma geração muito talentosa que reunimos no Sub-20, quando conquistamos o Sul-Americano e depois o Mundial Sub-20. O Brasil é um país muito rico de grandes jogadores, talentos, que acabam aparecendo”, respondeu Neymar em entrevista ao blog.
“Hoje, a gente tem o mais novo aqui, que é o Vinicius Junior, que tem tudo para ser um dos maiores jogadores também. A gente fica feliz. Entre nós, a gente só conversa sobre as histórias que passamos juntos lá no começo ao longo do caminho e hoje somos os mais coroas da Seleção Brasileira. Temos orgulho da nossa geração, que conseguiu títulos importantes para a Seleção”, acrescentou o camisa 10 da Seleção Brasileira.
“Destaco a força mental dessa geração para chegar em um patamar alto e se manter aqui. Eu fico muito satisfeito de chegar à final da Copa América como um dos representantes dessa geração e espero que todos se sintam representados por nós”
Danilo, em resposta ao blog
Casemiro participou de cinco das seis conquistas. Só ficou fora da Rio-2016. Ele pode ser bicampeão da Copa América. “É gostoso você ouvir que uma geração de tanto tempo vem jogando junto. Tem o Alisson, também, que não esteve nessas competições, mas frequentou as seleções de base. Isso é importante. Mostra que a base é importantíssima para nós. Você faz um bom trabalho e tem a recompensa na Seleção principal”, respondeu à reportagem.
Danilo também só ficou fora da conquista do ouro olímpico. “É um motivo de orgulho ser lembrado. Essa geração fez um trabalho de excelência lá atrás, conseguiu ganhar títulos. O mais difícil no futebol de alto nível é dar continuidade aos resultados e ao nível do jogo. Destaco a força mental dessa geração para chegar em um patamar alto e se manter aqui. Eu fico muito satisfeito de chegar à final da Copa América como um dos representantes dessa geração e espero que todos se sintam representados por nós”, disse ao blog.
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