A Argentina de Lionel Scaloni é uma seleção liberta de fantasmas. Não conquistava a Copa América desde 1993. Derrotou o Brasil no Maracanã na final de 2021 e defende o título em 2024. Amargava fila na Copa do Mundo desde 1986. Encerrou a abstinência em 2022, no Catar. Tinha fama de tropeçar em estreias sob a batuta do atual treinador. Agora,não mais.
Em 2019, a Argentina perdeu para a Colômbia por 2 x 0, em Salvador, na abertura da Copa América disputada no Brasil. Dois anos depois, empatou por 1 x 1 com o Chile no estádio Nilton Santos, no Rio. Foi derrotada pela Arábia Saudita na campanha do tri na Copa.
A seleção albiceleste não é bicampeã da Copa América desde a sequência de 1991 e 1993. A tentativa de quebrar mais esse jejum começou bem no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta. A Argentina debutou com autoridade de favorita ao vencer o Canadá por 2 x 0. Não sem tomar sustos. A trupe de Alphonso Davies teve a bola nos pés em 36% do jogo, mas finalizou 10 vezes e colocou o goleiro Emiliano Martínez para trabalhar em seis delas.
Na teoria, a Argentina iniciou a partida no sistema tático 4-4-2. Na prática, era visível um 3-4-3 nos ataques ao Canadá. Christian Romero, Lisandro Paredes e Lisandro Martínez formavam uma linha de três defensores. Molina, De Paul, Mac Allister e Acuña se juntavam no meio de campo dando libertadores para Di María, Messi recuado no papel de meia e o centroavante Julián Álvarez no papel de centroavante. Variáveis muito interessantes.
Como Messi é garantia de pelo menos meio gol, dois atacantes se deram bem com passes dele. Posicionado como enganche para usar uma expressão bem argentina, ele serviu Julián Álvarez no lance do primeiro gol e colocou o Canadá na roda antes de presentear Lautaro Martínez depois de 12 trocas de passe em 33 segundos entre os campeões mundiais. Uma pintura assinada por mais uma bela exibição da aprimorada scaloneta.
A Argentina desembarca nos Estados Unidos com um diferencial. A seleção está preparada para jogar com — e sem — Messi. Artilheiro do Campeonato Italiano, Lautaro Martinez iniciou a partida no banco de reservas, como aconteceu na maior parte da Copa de 2022. É quem tem tudo para entrar no time caso Messi abra mão de disputar o Mundial de 2026. Di María também iniciou a turnê do adeus à Copa América. Lo Celso entrou no lugar dele.
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