97C2A79C-F488-4660-A85E-E32D7B4429EF Luan comemora o terceiro gol do Gama diante de 13.196 pagantes no Bezerrão. Foto: Filipe Fonseca/SEG

Como o plano tático do Gama minou o Brasiliense no primeiro jogo da semi

Publicado em Esporte

A vitória do Gama por 3 x 0 contra o Brasiliense no primeiro jogo da semifinal do Campeonato do Distrito Federal estabeleceu a diferença entre os planejamentos dos dois times para o clássico. O Brasiliense focou no Goiás na semana passada, fez partida insana pela Copa Verde no empate por 3 x 3, e menosprezou a capacidade do rival de causar-lhe dano no Estádio Bezerrão. Tomou como base a vitória por 2 x 0 na primeira fase e o empate do adversário por 0 x 0 com o Capital na última rodada e foi surpreendido.

 

Erros graves de avaliação causaram danos (quase) irreversíveis ao time protagonista da melhor campanha por algumas razões. Uma delas é a capacidade de dois profissionais. Luis Carlos Souza conduziu o Brasília ao título da primeira edição da Copa Verde. O assistente dele, Victor Santana, brindou o Sobradinho com o Candangão de 2018 contra o Brasiliense. 

 

Nomes vitoriosos do futebol candango. Ambos estavam desempregados até a oitava rodada. Esquecidos. Duas cabeças pensam o jogo melhor do que uma.

 

Um dos trunfos do Gama na construção da vitória foi a mobilidade tática. Observei um time programado para jogar no 4-4-2 e no 4-1-4-1. As mutações dependiam da ações do Brasiliense e a sincronia dos dois modelos era quase perfeita.

 

Os atalhos para os três gols foram os ataques aos espaços, a velocidade na transição e na recomposição e o bloqueio dos lados do campo aos pontas do Brasiliense. O Gama encurtava o espaço. Mesmo assim, esteve vulnerável em algumas finalizações do Brasiliense.

 

O primeiro gol do Gama é obra de quem assiste vídeo de posicionamento defensivo a exaustão. Luis Carlos Souza certamente viu fragilidade no setor e solicitou a Willian Júnior para cobrar o escanteio aberto na cabeça de Wellington no lance do primeiro gol alviverde. A marcação do Brasiliense simplesmente não existe na jogada.

 

A frouxidão do Brasiliense no lado esquerdo da defesa era impressionante. O Gama apostava na inversão de bola da direita para a esquerda a fim de explorar os clarões no sistema defensivo do Jacaré. A liberdade do zagueiro Pedro Romano para trabalhar praticamente como um lateral é a síntese da displicência tática do Brasiliense. 

 

Pedro Romano faz dois cruzamentos longos em bolas invertidas da direita para a esquerda sem ninguém o incomodando. No primeiro, Ramon é acionado e a defesa trava a finalização no limite. No segundo, o atacante entra sozinho de cabeça para ampliar o placar no Bezerrão.

 

O terceiro gol alviverde também nasce na banda direita do ataque, pega Ramon entrando sozinho na costa dos zagueiros, e Matheus Kaiser faz bela intervenção parcial antes de Luan chegar na corrida e encher o pé para estudar a rede depois do rebote do goleiro diante de uma defesa amarela totalmente desorganizada. 

 

O Gama fez três, mas poderia ter sido 4 x 0 porque o time se preparou para vencer. O Brailiense consumiu energia contra o Goiás e achou que não precisaria de muito empenho para deixar o Bezerrão com um resultado satisfatório. Nada é impossivel. A semifinal não está definida. O Gama não pode ser picado pelo placar dilatado e a vantagem de perder por até dois gols na volta, no Serejão. 

 

O Brasiliense tem uma semana dura pela frente. Antes do duelo de volta, enfrentará o Goiás no Serrinha em busca da vaga para a decisão da Copa Verde. Na sequência, o duelo de volta com o Gama valendo calendário nacional em 2026.

 

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