Como o Mané Garrincha tomou do Maracanã o status de casa da Seleção. Brasil x Venezuela é a nova atração na capital pelas Eliminatórias

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Há 60 anos, Brasília tirou do Rio de Janeiro a ostentação de ser a capital do Brasil. Agora, virou a casa da Seleção. Ao confirmar às 10h47 desta sexta-feira o roteiro da Seleção nas Eliminatórias, como antecipou o UOL, e que o Mané Garrincha receberá o duelo contra a Venezuela, em 3 ou 4 de setembro, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar 2022, a Confederação Brasileira de Futebol reafirmou o Distrito Federal como destino predileto da esquadra principal entre as arenas construídas para o Mundial de 2014. Nenhuma entidade fez tanto esforço para fazer funcionar o elefante branco erguido por R$ 1,7 bilhão do que a CBF ao liberar também a venda do mando de campo para eventos realizados por ela, como a Supercopa do Brasil, em 16 de fevereiro, na decisão entre Flamengo e Athletico Paranaense.

Para se ter uma ideia, o Maracanã só recebeu a Seleção principal três vezes a contar de 2013, ou seja, do período pré-Copa de 2014 em diante: um amistoso contra a Inglaterra, uma na final da Copa das Confederações contra a Espanha na conquista do tetra e outra na decisão da Copa América 2019. O Mané Garrincha ganhou bilhete premiado: receberá a Seleção principal pela sexta vez. Só o Mineirão foi usado mais vezes do que o Mané neste período, com seis partidas. Detalhe: o levantamento do blog não leva em conta as duas partidas da Seleção olímpica nos Jogos do Rio-2016 e um amistoso da Sub-23. Se levássemos, a liderança seria do DF.

O Brasil voltará a disputar um jogo das Eliminatórias da Copa em Brasília depois de 15 anos. A única havia sido contra o Chile, em 2005, quando a Seleção ainda contava com o badalado quadrado mágico formado por Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano. O Brasil goleou o Chile por 5 x 0 no velho Mané Garrincha e carimbou vaga para a Copa de 2006, na Alemanha.

A Seleção retornará ao Mané Garrincha em 3 ou 4 de setembro de 2020 para enfrentar a Venezuela na semana do feriado da Independência. Por sinal, a presença verde-amarela em solo candango virou praticamente obrigatória desde a inauguração da nova arena. Em 2013, o Brasil em 7 de setembro contra a Austrália e venceu o amistoso por 6 x 0.

Arenas que mais receberam jogos da Seleção principal desde 2013

6 jogos: Mineirão

5 jogos: Mané Garrincha

4 jogos: Arena Castelão

3 jogos: Arena Grêmio, Arena Corinthians e Maracanã

O duelo contra a Venezuela será o segundo do Brasil no Mané Garrincha sob o comando de Tite. Em junho do ano passado, a Seleção venceu o Qatar, no Mané Garrincha, no penúltimo teste antes da estreia verde-amarela na Copa América do ano passado no Brasil.

O Mané Garrincha virou praticamente a primeira casa da Seleção principal. É o estádio que mais recebeu o Brasil entre os construídos para a Copa de 2014. O duelo de setembro será o sexto no palco mais badalado do futebol candango. A Seleção jogou na arena em setembro de 2013 contra o Japão na abertura da Copa das Confederações. Voltou em setembro do mesmo ano para o amistoso com a Austrália. No ano seguinte, venceu Camarões na fase de grupos da Copa 2014 e perdeu a decisão do terceiro lugar para a Holanda. Em 2019, superou o Qatar por 2 x 0.

Arte: CBF

É a primeira vez que a CBF define com antecedência o local dos nove jogos em casa da Seleção nas Eliminatórias. Até a seletiva para a Copa da Rússia, a decisão era tomada meses antes da realização do jogo. Os critérios da escolha seguem o mesmo modelo das outras edições: técnicos, logística e política de boa vizinhança.

Nenhuma seleção concorrente percorrerá o país inteiro como o Brasil. A estreia da Seleção será no Recife contra a Bolívia. Os outros oito jogos em casa estão agendados para o Mané Garrincha (Venezuela), Arena Corinthians (Argentina), Arena Fonte Nova (Equador), Beira-Rio (Peru), Maracanã (Uruguai), Morumbi (Colômbia), Arena da Amazônia (Paraguai) e Mineirão (Chile).

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Marcos Paulo Lima

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