Seleção Brasileira Tite tem sete titulares e quatro vagas que mudam a cara da Seleção. Foto: Lucas Figueiredo/CBF Além de não ter 11 intocáveis, Tite deixou de ser refém de um sistema de jogo, como em 2018. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Como o desapego de time-base pode ser um dos trunfos de Tite na Copa do Mundo do Qatar-2022

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Uma das virtudes de Tite na consolidação do trabalho para a Copa do Mundo do Qatar é o desapego de um um time-base. Há quatro anos, o torcedor – e os adversários – conheciam a escalação do Brasil da frente para trás e de trás para a frente: Alisson; Daniel Alves, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro; Coutinho, Paulinho, Renato Augusto e Neymar; Gabriel Jesus.

Todos os movimentos da Seleção estavam friamente calculados. Escaneados por todos os adversários. Suíça, Costa Rica, Sérvia, México e Bélgica desafiaram Tite a reinventar o time com o bonde andando. Não houve tempo. Repaginado às pressas no segundo tempo, o trem descarrilou na derrota por 2 x 1 nas quartas de final. Quatro anos depois, é possível afirmar que a linha defensiva é a que mais se repete: Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro formam um quinteto praticamente intocável. Além deles, Casemiro é uma das referências no meio de campo e Neymar no ataque. As quatro vagas abertas deixam um trevo na cabeça dos rivais — e este pode ser um dos trunfos de Tite na Copa do Mundo.

O Brasil desembarcará no Qatar com variações. Não é mais refém de uma ideia. Deixou de ser samba de uma nota só. Nem deve sentir tanta falta assim de peças importantes caso as perca. Tite não levou o contundido Daniel Alves à Rússia. Não tinha Renato Augusto 100%. Suspenso, Casemiro desfalcou a Seleção contra a Bélgica. Os três problemas desajustaram a formação ideal do treinador e descaracterizam a equipe canarinha logo no empate com a Suíça na estreia.

 

Brasil na vitória por 3 x 0 sobre a Coreia do Sul em 2019

Alisson;

Danilo, Marquinhos, Éder Militão e Renan Lodi;

Arthur, Fabinho, Philippe Coutinho e Lucas Paquetá;

Richarlison e Gabriel Jesus

 

Tite amadureceu. Deixou de ser previsível. Obriga o técnico adversário a decifrá-lo taticamente. A investigar o Brasil a fim de desvendar funções táticas determinadas pelo comandante canarinho. Vai ser assim, por exemplo, no duelo desta quinta contra a Coreia do Sul, do técnico português Paulo Bento, ex-Cruzeiro.  Há três anos, o Brasil venceu a seleção asiática por 3 x 0.

Dos 11 titulares naquele 19 de novembro de 2019, três serão titulares no amistoso marcado para Seul: o zagueiro Marquinhos, o meia Lucas Paquetá e o atacante Richarlison. Gols de Danilo, Lucas Paquetá e Philippe Coutinho consolidaram um triunfo relativamente tranquilo.

 

Time provável contra a Coreia do Sul na quinta-feira

Weverton (Alisson);

Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro;

Fred e Bruno Guimarães;

Raphinha, Neymar e Lucas Paquetá;

Richarlison

 

Paulo Bento não sabe se Tite escalará Neymar aberto na esquerda, no papel de falso nove ou na função de articulador. Está preocupado com a movimentação de Lucas Paquetá. Qual será o posicionamento de um dos jogadores mais versáteis do elenco? Ele se revezará com Fred e Bruno Guimarães alternando as responsabilidades de volante e meia?

Daniel Alves agirá como lateral-direito ou atuará por dentro a fim de facilitar que o time agrida o adversário no 2-3-5. Richarlison será centroavante ou extremo? Pela direita ou esquerda?

Portanto, Tite construiu repertório. Sabe exatamente o que pretende de cada peça. Hoje, a Seleção sabe, inclusive, como se comportar sem Neymar. Jogou uma Copa América inteira sem ele na campanha do título de 2019. O surgimento de pontas velozes como Raphinha, Antony, Vinicius Junior e Gabriel Martinelli abriram novas possibilidades. A Coreia do Sul que lute para encontrar o posicionamento da Seleção no amistoso de quinta-feira.

 

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