FBL-LIBERTADORES-PENAROL-MINEIRO Rebotes em cobranças de falta castigaram a defesa do Galo em Montevidéu. Foto: Dante Fernández/AFP Rebotes em cobranças de falta castigaram a defesa do Galo em Montevidéu. Foto: Dante Fernández/AFP

Como Diego Aguirre fez o básico para quebrar a invencibilidade do Galo

Publicado em Esporte

Diego Aguirre não deixou saudade no Brasil nas passagens por Internacional, Atlético-MG, São Paulo e Santos. Ganhou o apenas o Campeonato Gaúcho pelo time colorado em 2015. Nem por isso é mau técnico. O último clube uruguaio a alcançar a final da Libertadores tinha justamente Aguirre como técnico. O Peñarol perdeu a decisão de 2011 para o Santos. A lei do ex-técnico também funciona e minou o Galo.

 

Gostem ou não, Diego Aguirre é um estrategista. A vitória do Peñarol contra o Atlético-MG nesta terça-feira tem a assinatura de quem decifrou o sistema de jogo de Gabriel Milito desde o segundo tempo da derrota por 3 x 2 na Arena MRV, em Belo Horizonte. Ele perdia o jogo por 2 x 0, igualou o placar na etapa final, mas sofreu o terceiro e vendeu caro a derrota.

 

Aguirre soube interpretar a ausência de Gustavo Scarpa na partida em Montevidéu. O potencial do lado direito do Galo estava comprometido. Zaracho não entrega a mesma qualidade. Muito menos tem sintonia fina com Renzo Saravia naquele pedaço do campo.

 

Obviamente, o Atlético-MG atacaria o Peñarol pelo setor esquerdo, ou seja, com Guilherme Arana, Alan Franco, Paulinho e a aproximação do centroavante Hulk. O que fez Aguirre? Montou uma barricada no lado direito do sistema defensivo para fechar o corredor.

 

O posicionamento médio do Peñarol mostra o time com nove jogadores posicionados do meio para a direita e apenas dois do meio para a esquerda: o camisa 10 Gastón Ramírez e o lateral-esquerdo Maximiliano Oliveira. Resultado:  o jogo ficou difícil para o Atlético. Hulk precisava deixar o papel de centroavante para ocupar o vácuo deixado por Scarpa. Paulinho também era obrigado a se movimentar mais em busca de espaço. Estava difícil.

 

Piorou na etapa final. Diego Aguirre apostou nas bolas aéreas na reação em Belo Horizonte. No duelo de Montevidéu, investiu nas cobranças de falta venenosas de Leonardo Fernández. O gol poderia ter saído no primeiro tempo em um trailer do que aconteceria na etapa final. O camisa 8 soltou míssil do meio da rua e Everson espalmou a bola para o meio da área. Maximiliano Silvera não aproveitou o rebote por muito pouco.

 

O lance exigia atenção do sistema defensivo do Galo, mas não houve. Os gols do Peñarol saíram depois de outras duas cobranças de falta de Leonardo Fernández. A primeira bateu na trave e sobrou para Lucas Hernández desviar a bola para a rede depois de muita desatenção em frente ao goleiro Ederson. O vacilo se repetiu em outra cobrança de Leo Fernández. Everson defendeu esquisito ao espalmar para o meio da área e Maximiliano Silvera fez o que poderia ter realizado no primeiro tempo. Finalizou para o fundo do gol.

 

Scarpa fez falta, sim, porém a defesa alvinegra cochilou duas vezes no Estádio Campeón del Siglo. Inaceitável tantos rebotes em cobranças de falta sem que a defesa afastasse o perigo de dentro da área. O goleiro Everson também falhou ao espalmar a bola para o meio da área. Foi salvo no primeiro tempo e penalizado na etapa final. O Galo perde a invencibilidade e a chance de fechar a fase de grupos com 100% de aproveitamento.

 

A disputa pelo primeiro lugar geral na Libertadores para ter a vantagem de mandar a segunda partida em casa até as semifinais é com Talleres, Bolívar, Palmeiras e River Plate. O Atlética receberá o Caracas na Arena MRV na última rodada e dificilmente não encerrará a fase de grupos com 15 pontos de 18 possíveis. Não deixa de ser uma bela campanha.

 

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