Como a Alemanha adotou japoneses na Bundesliga e criou monstros para engoli-la na estreia

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Na Copa do Mundo, alguns traumas demoram no mínimo quatro anos para serem curados. Eliminada na fase de grupos da Copa da Rússia em 2018 pela Coreia do Sul em um jogo dramático na última rodada, a Alemanha tentou fazer o Japão pagar caro pelo que a ousada vizinha asiática havia feito há quatro anos e meio, mas novamente passou vergonha contra a turma dessa banda do planeta. Estreou com derrota de virada por 2 x 1 no International Khalifa Stadium.

Poucas ligas europeias contribuíram tanto para a evolução do futebol japonês como o Campeonato Alemão. A badalada Bundesliga emprega oito dos 26 convocados pelos samurais: Ko Itakura (Borussia Monchengladbach), Maya Yoshida (Schalke 04), Hiroki Ito e Wataru Endo (Stuttgart), Ritsu Doan (Freiburg) e Daichi Kamada (Eintracht Frankfurt), Ao Tanaka (Fortuna Dusseldorf) e Takuma Asano (Bochum) atuam em clubes do país germânico.

Como diria o técnico René Simões, a Alemanha criou monstros para engoli-la justamente em uma estreia de Copa do Mundo. Os autores dos gols de mais uma virada incrível protagonizada por uma seleção periférica contra uma potência atuam justamente na Bundesliga.

Autor do primeiro gol, o meia Ritsu Doan, de 24 anos, faz parte do elenco do Freiburg. Protagonista do golaço da virada, Takuma Asano fuzilou o goleiro Neuer com uma obra-prima no segundo tempo. As cenas dos últimos capítulos do jogo lembraram o desespero germânico para evitar a eliminação na Copa de 2018 contra a Coreia do Sul.

Sucessor do mestre Joachim Low, o discípulo Hansi Flick ainda não conseguiu atingir com a Alemanha aquele patamar altíssimo do Bayern de Munique campeão da Champions League em 2020. A Alemanha tem muitos talentos, como o promissor Musiala, um dos melhores em campo, porém o time parece travado, robótica, extremamente mecânica.

Há um álibi para Argentina e Alamanha, as duas potências derrotadas na estreia até o momento. Em 2010, a Espanha estreou perdendo para a Suíça e bateu campeã. Isso faz tempo. Exatamente 12 anos. O mais arriscado é cair precocemente na primeira fase. A Argentina amargou esse vexame pela última vez em 2002, na Coreia do Sul e no Japão. A Alemanha bugou em 2018.

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Marcos Paulo Lima

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