Peseiro A Venezuela, do técnico José Peseiro, teve um surto de covid-19 antes da estreia. Foto: FVF A Venezuela, do técnico José Peseiro, teve um surto de covid-19 antes da estreia. Foto: FVF

Comissão Médica da Conmebol deve contestar balanço da covid-19 do Ministério da Saúde

Publicado em Esporte

A divulgação do Ministério da Saúde nesta segunda-feira de que foram registrados 41 casos positivos do novo coronavírus (covid-19) na Copa América no último domingo (13), dia do início do evento, causou surpresa na Comissão Médica da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Há divergência nos números.

A primeira nota do Governo Federal diz: “O Ministério da Saúde informa que, até o momento foram realizados 2.927 testes de RT-PCR entre jogadores, membros das delegações e prestadores de serviços. No dia de 13 de junho, foram notificados 41 casos de Covid-19 confirmados, sendo 31 entre jogadores e membros das delegações e 10 prestadores de serviços contratados para o evento. Todos os casos de prestadores de serviços foram confirmados em Brasília (DF). A positividade de casos por Covid-19 foi de 1,40%. Os resultados do sequenciamento genético para análise de variantes serão concluídos em até 14 dias, prazo necessário para realização da análise”. Nesta terça, matéria da nossa repórter Maria Eduarda Cardim mostra que o número de infectados aumentou para 52.

O blog apurou com fontes da Conmebol que a Comissão Médica da entidade, liderada pelo ex-atacante do Cerro Porteño, Osvaldo Pangrazio Kullak, que trabalha diretamente com as delegações das 10 seleções participantes do torneio, contabiliza estatísticas diferentes das apresentadas pelo Governo Federal e deve soltar nota com os números da entidade máxima do futebol sul-americano.

Segundo as contas da pasta comandada pelo ministro Marcelo Queiroga, 31 jogadores e membros de delegações e 10 prestadores de serviços contratados para o evento foram infectados, todos eles em Brasília, palco do jogo de abertura da Copa América no último domingo na vitória do Brasil por 3 x 0 sobre a Venezuela, no Mané Garrincha.

“Todos os casos de prestadores de serviços foram confirmados em Brasília. A positividade de casos por covid-19 foi de 1,40%. Os resultados do sequenciamento genético para análise de variantes serão concluídos em até 14 dias, prazo necessário para realização da análise”, informa uma notada publicada pelo Ministério da Saúde.

 

Onde estaria a divergência sobre a primeira nota? 

O Ministério da Saúde aponta 31 infectados entre jogadores e membros das delegações. O blog apurou que a Comissão Médica da Conmebol contabiliza 18, sendo 11 jogadores e 7 integrantes de três seleções: Venezuela, Bolívia e Colômbia.

 

A Comissão Médica da Conmebol tem outros números e deve contestar o balanço do Ministério da Saúde nas próximas horas ou dias. A discordância estaria na quantidade de jogadores e membros das delegações contaminados pela enfermidade. A reportagem apurou que a Conmebol contabiliza 18 casos: 11 jogadores e 7 membros de três delegações de seleções diferentes: Venezuela, Colômbia e Bolívia.

Alguns casos positivos comunicados à Conmebol antes da viagem de delegações para o Brasil não embarcaram para o país. Foram os casos, por exemplo, de árbitros. Os uruguaios Leodán Gonzalez e Daniel Fedorczuk, convocados como árbitros VAR, foram substituídos por Andrés Cunha. Os colombianos Nicolás Gallo e Miguel Roldán, nomeados como árbitros VAR e assistente, respectivamente, deram lugar a Juan Soto (Venezuela) e Alexander León (Colômbia). Pelo menos dois jogadores da Venezuela diagnosticados com covid-19 também não embarcaram para o Brasil na quinta-feira passada: Wilker Ángel e Rolf Feltscher.

Outra divergência é de que alguns jogadores e membros de delegação testados não teriam embarcado para o Brasil infectados, mas com o vírus incubado, que se manifestou na chegada ao Brasil. Pelo protocolo, os exames têm de ser enviados, inclusive para o Ministério da Saúde, antes das viagens das delegações para o país sede, neste caso, o Brasil.

 

 

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