Você aí achando que a China está contratando apenas jogadores do seu time e os caras comprando clubes a rodo mundo afora. Acredite se quiser: o Milan é o 14ª clube europeu a ter no mínimo 1% de suas ações negociadas com investidores da potência asiática. Com a venda de 99,93% dos papéis para a Rossoneri Sport Investment Lux, do magnata Li Yonghong, 12 agremiações de primeira divisão do Velho Continente têm participação financeira chinesa.
Na lista estão clubes de ponta como Milan, Internazionale, o Manchester City e o Atlético de Madri. Cinco são 100% dependentes dos yuans, como é chamada a moeda, Na Inglaterra, West Brom, Wolverhampton e Aston Villa. Na Fran;a, Sochaux e Auxerre. Na Holanda, o ADO Den Haag.
Depois de 31 anos nas mãos da Fininvest, empresa do ex-primeiro ministro da Itália, Silvio Berlusconi, o império trocou de mãos por estimados 740 milhões de euros desembolsados pelo grupo de Li Yonghong. No montante está inclusa a quitação da dívida do clube, no valor de 220 milhões de euros, além de uma injeção financeira de 90 milhões de euros para bancar o restante da temporada de 2016/2017.
Sob as ordens da família Berlusconi, o Milan viveu sua era mais vitoriosa: 29 títulos em 31 anos: 3 Mundiais de Clubes, 5 Ligas dos Campeões, 8 Campeonatos Italianos, 1 Copa da Itália, 7 Supercopas da Itália e5 Supercopas da Europa. Nos tempos áureos, cinco jogadores diferentes conquistaram a Bola de Ouro, prêmio individual mais importante entregue a um jogador na Europa. Van Basten foi eleito em 1988, 1989 e 1992. Ruud Gullit, em 1987. George Weah ganhou em 1995, Shevchenko em 2004, e Kaká em 2007.
Sem conquistar o Campeonato Italiano desde a temporada de 2010/2011, sob o comando do técnico Massimiliano Allegri (atualmente na Juventus), o Milan se junta à arquirrival Internazionale e a Manchester City, West Brom, Wolverhampton, Aston Villa, Nice, Atlético de Madri, Espanyol, Granada, Sochaux, Auxerre, ADO Den Haag e Slavia Praga na lista dos clubes alimentados financeiramente com dinheiro chinês. Do total, 12 participam, atualmente, da primeira divisão. As exceções são o Aston Villa e o Wolverhampton. Ambos disputam a Championship, segundona inglesa.
Na Espanha, por exemplo, os chineses têm 20% das ações do Atlético de Madri. No Espanyol, a China detém 56% dos papéis. O Granada é 100% bancado pela potência asiática. O Granada entrou para a história como o primeiro time espanhol a pertencer totalmente a um fundo de investimento chinês. O Atlético de Madri tornou-se o pioneiro a comercializar um quinto das suas ações ao grupo de investimento Wanda. Catalão, o Espanyol é o revolucionário no que diz respeito a pertencer em sua totalidade a investidores chineses.
A nova gestão do Milan estreia amanhã em um clássico totalmente atípico contra a Internazionale. O jogo é pra lá de histórico. Pela primeira vez, será disputado oficialmente sem Silvio Berlusconi e Massimo Moratti à frente dos respectivos clubes. Quem manda, agora, é o dinheiro chinês. O Clássico della Madonnina, como é chamado o dérbi de Milão, agora pode ser chamado também de “xing ling”. Ou não?
NEGÓCIOS DA CHINA
Saiba qual é participação da potência asiática nas ações de 14 clubes do futebol europeu
» Milan (Itália)
Primeira divisão
Ações chinesas: 99%
» Internazionale (Itália)
Primeira divisão
Ações chinesas: 70%
» Manchester City (Inglaterra)
Primeira divisão
Ações chinesas: 13%
» West Brom (Inglaterra)
Primeira divisão
Ações chinesas: 100%
» Wolverhampton (Inglaterra)
Segunda divisão
Participação chinesa: 100%
» Aston Villa (Inglaterra)
Segunda divisão
Participação chinesa: 100%
» Nice (França)
Primeira divisão
Participação chinesa: 80%
» Atlético de Madri (Espanha)
Primeira divisão
Participação chinesa: 20%
» Espanyol (Espanha)
Primeira divisão
Participação chinesa: 56%
» Granada (Espanha)
Primeira divisão
Participação chinesa: 100%
» Sochaux (França)
Primeira divisão
Participação chinesa: 100%
» Auxerre (França)
Primeira divisão
Participação chinesa: 60%
» ADO Den Haag (Holanda)
Primeira divisão
Participação chinesa: 100%
» Slavia Praga (República Checa)
Primeira divisão
Participação chinesa: 60%