A demissão de Rogério Ceni nesta quarta-feira é simbólica. Com a dispensa do ídolo tricolor do cargo, Abel Ferreira passa a ser o único técnico campeão do Brasileirão na era dos pontos corridos empregado na Série A. Alguns estão no mercado, outros em atividade e alguns aposentados. Uma prova de que conquistar a competição mais importante do país não é garantia nenhuma de respeito ou blindagem.
Campeão em 2003 e em 2004 por Cruzeiro e Santos, respectivamente, no início da era dos pontos corridos, Wanderley Luxemburgo caiu no esquecimento. Tentou até ser candidato a senador por Tocantins no ano passado, mas foi traído pelo partido e teve o registro cancelado.
Antônio Lopes levou o Corinthians à glória em 2005. O Delegado pendurou a prancheta. De vez em quando topa cargo executivo.
Muricy Ramalho guiou o São Paulo ao tri nas edições de 2006, 2007 e 2008; e o Fluminense ao título de 2010. Deixou de ser técnico por motivo de saúde para assumir o papel de coordenador no São Paulo. Foi um dos responsáveis pela contratação e a saída de Rogério Ceni nesta quarta-feira.
Andrade foi de técnico interino a efetivado no título do Flamengo em 2009. Dispensado pelo clube na Libertadores de 2010, nunca mais voltou a trabalhar no time do coração nem em outro time de ponta da elite do futebol brasileiro.
Abel Braga foi campeão pelo Fluminense na versão de 2012. Depois de acumular trabalhos ruins e bons, como o vice no Brasileirão de 2020, decidiu parar. Hoje, tem função executiva na SAF do Vasco acima de Maurício Barbieri.
Marcelo Oliveira encantou o Brasil com aquele Cruzeiro bicampeão em 2013 e 2014. Também deixou de ser lembrado no mercado nacional.
Tite ganhou o Brasileirão duas vezes pelo Corinthians, em 2011 e em 2015. Passou seis anos e meio na Seleção Brasileira e hoje está desempregado por opção própria. Embora queira trabalhar no exterior, virou fantasma para vários colegas de profissão. Discípulo de Tite, Fábio Carille teve ministros de fama no título de 2017 pelo Corinthians, mas não repetiu o sucesso em outros clubes e anda esquecido. Trabalha atualmente no futebol japonês.
Luiz Felipe Scolari se aposentou no fim do ano passado. Ganhou o Brasileirão de 2018 pelo Palmeiras. Cuca levou não somente o Alviverde ao título em 2016, mas o Atlético-MG em 2021. Está desempregado. Com a saída de Ceni do São Paulo, é um dos queridinhos no Morumbi.
Jorge Jesus fez o Flamengo viver o ano da graça de 2019 e hoje trabalha no Fenerbahçe da Turquia. Quase retornou ao Clube carioca neste mês. Rogério Ceni deu o bi ao time rubro-negro em 2020, mas acaba de cair no São Paulo.
Resta um. Abel Ferreira é o atual campeão. Defende o título pelo Palmeiras. Mas quem se atreve a bancar a permanência dele no emprego até o fim do Campeonato Brasileiro?
Técnicos campeões nos pontos corridos
2022: Abel Ferreira
2021: Cuca
2020: Rogério Ceni
2019: Jorge Jesus
2018: Luiz Felipe Scolari
2017: Fábio Carille
2016: Cuca
2015: Tite
2014: Marcelo Oliveira
2013: Marcelo Oliveira
2012: Abel Braga
2011: Tite
2010: Muricy Ramalho
2009: Andrade
2008: Muricy Ramalho
2007: Muricy Ramalho
2006: Muricy Ramalho
2005: Antônio Lopes
2004: Wanderley Luxemburgo
2003: Wanderley Luxemburgo
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