Ceilândia suporta primeira batalha climática contra o Caxias na Série D

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O mata-mata entre Ceilândia e Caxias é o retrato de um país de dimensões continentais. A classificação ou não de um desses times às quartas de final depende muito de como as respectivas comissões técnicas comandadas por Adelson de Almeida e Gerson Gusmão lidam com os desafios climáticos a essa altura da quarta divisão.

O Ceilândia fez o dever fora de casa. O time candango soube se comportar no rigoroso inverno da serra gaúcha. A previsão do tempo apontava máxima de 11 graus e mínima de 3. Quando a partida terminou neste domingo, no Estádio Centenário, os termômetros apontavam 6 graus com sensação térmica menor segundo quem estava lá. Alguns jogadores recorreram à malha térmica.

O Ceilândia embarcou para o Rio Grande do Sul na manhã de sábado. Saiu do calor e seca intensos na capital federal para a “era do gelo” em Caxias do Sul. Voltou com empate por 0 x 0, mas poderia ter vencido. O VAR anulou gol de Cleyton no primeiro tempo. Gabriel Barcos acertou bola na trave na etapa final. Mais de 7 mil torcedores vaiaram o time depois da partida.

A definição da estratégia para lidar com o clima está nas mãos do Caxias. A previsão da semana para o Distrito Federal projeta 32 graus no sábado. A umidade relativa do ar está em queda livre. Piora historicamente do meio de agosto até o pico em setembro.

O Caxias não sai da serra gaúcha há três semanas. Viajou para enfrentar a Inter de Limeira, no interior paulista, na partida de ida da segunda fase, em 29 de junho. Lá se vão 15 dias no frio. Portanto, o planejamento para jogar em Brasília é o primeiro desafio. O Vitória-ES não suportou o ambiente criado pela torcida no Abadião nem o calor infernal das 15h30.

O Ceilândia defenderá invencibilidade em casa. O Caxias venceu apenas duas vezes longe do Centenário nesta Série D do Brasileirão. Uma das vítimas foi o conterrâneo Novo Hamburgo. O outro, a Inter de Limeira, na partida de ida da segunda fase do mata-mata.

O clima de deserto no Distrito Federal pode ser um aliado do Ceilândia na partida de volta, mas é preciso jogar futebol. O time alvinegro recebeu elogios do técnico do Caxias e da imprensa gaúcha devido ao padrão de jogo apresentado fora de casa.

Destaco, além disso, a autoconfiança. Na sexta-feira, conversei com o centroavante Gabriel Barcos para uma matéria publicada no Correio Braziliense e ele foi direto ao afirmar que o Ceilândia tinha condição de trazer o empate para Brasília. Reflexo de um elenco seguro.

“Achei o resultado muito bom. Soubemos suportar a pressão. O nosso time é bem experiente e soube lidar com as situações do jogo. Nós fizemos uma ótima partida e até fizemos o gol, mas foi cancelado pelo VAR. Estamos cientes de que temos condição de fazer o placar dentro de casa e conseguir a classificação”, avaliou o atacante depois da partida em entrevista ao blog.

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Marcos Paulo Lima

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