Gabriel Barbosa, Pedro e Rony são os craques badalados do futebol brasileiro, mas nenhum deles ostenta um desempenho semelhante ao de Germán Cano na temporada. A exibição do subestimado argentino na virada do Fluminense contra o São Paulo por 3 x 1 neste sábado, no Maracanã, merece aplausos de pé da plateia. O segundo hat-trick no ano — o outro havia sido diante do Oriente Petrolero na Copa Sul-Americana — não deixa dúvida de que ele é o centroavante mais eficiente do país em 2022: 42 gols e 7 assistências. Impressionante!
Cano está prestes a quebrar um longo tabu. O Campeonato Brasileiro não tem um artilheiro estrangeiro desde 1972. Lá se vão 50 anos. Meio século! O uruguaio Pedro Rocha atuava pelo São Paulo e balançou as redes 17 vezes naquela edição, mas dividiu o primeiro lugar com um concorrente do Atlético-MG. Dadá Maravilha também fez 17 gols.
Portanto, Cano caminha para se tornar o primeiro artilheiro isolado estrangeiro na história do Campeonato Brasileiro. Não é pouco. Cano está a uma bola no fundo do barbante para igualar o desempenho de Gabigol. O camisa 9 fez 25 pelo Flamengo na campanha do título de 2019. Careca anotou 25 quando levou o São Paulo ao título da Série A em 1986.
Fominha, Cano tem duas partidas para ir além. Quem sabe igualar as marcas de Reinaldo e Guilherme, autores de 28 pelo Atlético-MG em 1977 e 1999, respectivamente; ou Edmundo, responsável por 29 na conquista do Vasco, em 1997.
Cano tem potencial até para brigar por recordes, porém o tempo joga contra o argentino. Faltam duas rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro. Tempo insuficiente para alcançar os 34 gols de Washington em uma única edição. O Coração Valente estava impossível em 2004 com a camisa do Athletico-PR. Dimba também rompeu a barreira dos 30 gols pelo Goiás, em 2003. Marcou 31 vezes na arrancada que levou o esmeraldino ao nono lugar na competição.
Cada vez mais consolidado como artilheiro do Brasil na temporada, Cano deve amargar uma frustração. Lionel Scaloni dificilmente deve adicioná-lo na lista de 26 jogadores da Argentina para a Copa do Mundo. Uma lástima. O cara do Fluminense merecia ao menos o banco de reservas.
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