Campeã das últimas três Copas, Europa também conquista o Mundial Sub-20 pela terceira vez consecutiva

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Com o título do Mundial Sub-20 após a vitória por 1 x 0 sobre a Venezuela neste domingo, em Suwon, na Coreia do Sul, a Inglaterra volta a conquistar uma competição da Fifa depois de 40 anos. Fazia tempo. Até então, a única taça era a da Copa do Mundo de 1966, em casa, numa final polêmica contra a Alemanha. O sucesso inglês não é novidade. A geração nascida em 1997 ganhou a Eurocopa Sub-17 de 2014, em Malta, ao derrotar a Holanda. A fase é tão boa que a Inglaterra também deu a volta olímpica sábado no tradicional Torneio de Toulon — bateu a Costa do Marfim nos pênaltis — e foi vice da Euro Sub-17 deste ano, no mês passado. Perdeu o título nos pênaltis para a Espanha.

A conquista da Inglaterra no Mundial Sub-20 tem alguns recados para o mundo da bola. A Europa ganhou as últimas três edições da Copa do Mundo. Itália (2006), Espanha (2010) e Alemanha (2014). O Velho Continente faturou as últimas três versões do Mundial Sub-20, com França (2013), Sérvia (2015) e Inglaterra (2017). Dos últimos seis campeões do Mundial Sub-17, nenhum é da América do Sul. México (2005), Nigéria (2007, 2013 e 2015) e Suíça (2009). Curiosamente, o último campeão sul-americano nos três torneios foi o Brasil, vencedor da Copa de 2002, do Mundial Sub-20 em 2011 e do Sub-17 em 2003. Alguma coisa acontece na América do Sul!

Vice-artilheiro do Mundial Sub-20, Dominic Solanke, do Chelsea, é um atacante que precisa de poucas bolas nos pés para coloca-la no fundo da rede. Com o auxílio de Ademlola Lookman (Everton), Solanke desequilibrou na conquista inédita. Dominic Calvert-Lewin (Everton) e Sheyi Ojo (Liverpool) também são destaques do título liderado pelo técnico Paul Simpson.

Um dos trunfos do título da Inglaterra faz lembrar a Alemanha: o multiculturalismo. Ao menos seis jogadores do elenco nasceram ou são descendentes de nigerianos. São os casos do zagueiro Fikayo Tomori, dos meias Josh Onomah, Sheyi Ojo e Ovie Ejaria, e dos atacantes Dominic Solanke e Ademola Lookman.

A surpreendente Venezuela poderia mais uma vez ter forçado a prorrogação se Peñaranda não desperdiçasse a cobrança de pênalti no segundo tempo. Mas o vice-campeonato é grandioso. Um alento para um país que sofre uma terrível crise econômica, política e humanitária. Oportunista, o presidente Nicolás Maduro chegou a usar a vitória sobre o Uruguai nas semifinais como propaganda política na última quinta-feira e levou um pito do excelente técnico Rafael Dudamel: “Presidente, pare as armas”, criticou, lembrando que Sosa, de 17 anos, havia marcado o gol de empate com o Uruguai, mas que um jovem de 17 anos também havia morrido na onda de protestos contra o governo.

Marcos Paulo Lima

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