52130968130_35be7f3797_c Róger Guedes mais uma vez teve chance, mas segue em jejum desde 16 de abril. Foto: Cuiabá EC Róger Guedes mais uma vez teve chance, mas segue em jejum desde 16 de abril. Foto: Cuiabá EC

Bugado, Vítor Pereira escala o Corinthians mal, perde para o Cuiabá e tem liderança ameaçada

Publicado em Esporte

A utilização de sistemas táticos rebuscados é compreensível quando se tem pela frente um adversário complexo. Não era o caso do desafio do Corinthians contra o até então limitado e inofensivo Cuiabá na noite desta terça, na Arena Pantanal, na abertura da 10ª rodada do Brasileirão.

Mesmo diante de um rival sem técnico, pois o português António Simões ainda não está regularizado, o compatriota dele, Vítor Pereira, conseguiu se atrapalhar na configuração da equipe paulista.  

Em um erro gravíssimo de avaliação, o Corinthians começou o duelo contra o Cuiabá no sistema 3-5-2 diante de um adversário que só tinha o atacante André posicionado para perturbar a linha defensiva. Em vez de se impor em alta velocidade pelos lados do campo, como aparentemente pretendia, Vítor Pereira deu moral para os donos da casa e se atrapalhou. O chute de fora da área do lateral-esquerdo Uendel, ex-Timão, desafiou a trupe de Vítor Pereira a desfazer o controverso plano de jogo no intervalo em busca da virada. 

Bugado, Vítor Pereira acusou o equívoco. Fez quatro mudanças no intervalo e reprogramou o Corinthians no 4-3-3. O novo desenho praticamente confirmou o erro de avaliação do português na estratégia inicial. A inclusão de Giuliano, Renato Augusto, Júnior Moraes e Lucas Piton foi uma tentativa afoita de mudar tudo em um estalar de dedos. O novo formato, inclusive, beneficiou Róger Guedes.

O desafeto do técnico passou a atuar em seu cantinho predileto — a esquerda. Guedes e Mosquito abertos e Júnior Moraes na referência. Nem assim foi possível reagir. Róger Guedes até bateu falta perigosa, mas segue em jejum desde 16 de abril, quando balançou a rede três vezes na vitória contra o Avaí, na Neo Química Arena.  

O equívoco de Vítor Pereira no planejamento da partida é grave porque as próximas duas rodadas indicavam uma possibilidade de consolidação na liderança e até mesmo uma certa folga na primeira colocação. Bastava passar pelo Cuiabá, fora, e o Juventude, em casa. Na sequência, sim, viria um confronto duríssimo com o Athletico-PR, na Arena da Baixada. 

Bom para o Cuiabá. Mesmo sem António Simões à beira do campo, o Dourado contou com uma boas exibição do zagueiro Marllon, do volante Rafael Gava e dos meias Pepê e Felipe Marques, e começa a rodada fazendo sua parte. Está fora da zona de rebaixamento. Mais do que isso: abalou a confiança de um Corinthians invicto há 11 partidas. O resultado é ainda mais inaceitável porque o time de Vítor Pereira ao menos vinha entregando resultado. Dessa vez, perdeu e jogou assustadoramente mal contra um adversário que não vencia havia seis partidas. 

Há risco de o Corinthians perder o topo para Atlético-MG e/ou Palmeiras. Se acontecer, será um castigo merecido levando-se em conta a noite nada inspirada de Vítor Pereira — o maior culpado. 

 

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