O novo técnico do Botafogo tem um diferencial. Bruno Miguel Silva do Nascimento, o Bruno Lage, gosta de escrever. Curte compartilhar conhecimento. Aos 47 anos, o campeão da Liga Portuguesa na temporada de 2018/2019 à frente do Benfica tem dois livros. Um redigido sozinho e outro em parceria com um dos mestres dele, o técnico Carlos Carvalhal. Mais do que um novo dono da prancheta, o time de General Severiano passa a contar com um pensador, um intelectual do futebol. Mentor do título brasileiro de 1995, Paulo Autuori também tem essa característica.
Bruno Lage é apaixonado pelo trabalho de formação. Dedicou-se por muito tempo às divisões de base. Desenvolveu talentos como João Félix (Chelsea), Rúben Dias (Manchester City), florentino (Benfica), entre outras joias da academia dos encarnados. O êxito pessoal nas categorias inferiores inspirou Bruno Lage a colocar as ideias no papel e publicá-las.
A carreira de escritor começou com a obra Formação — da Iniciação à Equipa B — no português da Terra de Camões. O subtítulo diz: abordagem transversal, modelo de formação, matriz organizacional de equipes B. Na Europa, é comum as “equipas B” participarem de divisões inferiores das ligas nacionais. Promessas da base jogam nesses times e acumulam milhas até a transição para os elencos principais. Foi assim com João Félix, um dos cases de Lage no Benfica.
O treinador alvinegro fala sobre o processo de formação no clube português e no Al Ahli da Arábia Saudita, onde teve o mesmo desafio. “Sabe-se que a formação obedece hoje a critérios muito específicos e que não mais as estruturas dos vários escalões etários de competição de um clube podem trabalhar isoladamente. Bruno Lage, autor do livro, fruto da sua vasta experiência a todos os níveis etários, apresenta neste livro uma abordagem transversal para um modelo de formação e ainda a matriz organizacional de uma equipe B. Com base na progressão de exercícios e jogos e no trabalho por si desenvolvido nos iniciados, juvenis e juniores do Benfica e na equipe B do Al Ahli FC”, resume a orelha da obra assinada pelo novo líder do Botafogo.
Isso explica a preferência do mecenas da SAF, John Textor, por um profissional com perfil semelhante ao do antecessor, Luís Castro. Bruno Lage tem sensibilidade para trabalhar com jovens da base. Moldá-los e realizar a transição com o menor nível de ruído e estresse possível.
O novo técnico português do Botafogo também é coautor de uma obra assinada pelo técnico Carlos Carvalhal, um profissional lusitano volta e meia pretendido por clubes como Flamengo, Atlético-MG e Red Bull Bragantino. O título do livro é: Futebol: um saber sobre o saber fazer. Bruno Lage e João Mário Oliveira contribuíram com Carvalhal e têm os nomes na capa. Lage foi assistente de Carvalhal no Sheffield Wednesday e no Swansea City, ambos no futebol inglês.
“Este livro reflete a forma como os autores pensam o futebol e como operacionalizam o seu trabalho. De uma forma clara, corajosa e sem tabus, vão a “fundo” como provavelmente ninguém até hoje foi. Dão a conhecer e partilham toda uma filosofia de trabalho. Explicam os pilares conceituais e metodológicos da Periodização Tática e apresentam o modelo de jogo, os exercícios específicos que lhe dão vida e, em jeito de estudo de caso, desvendam pormenorizadamente um morfociclo (período de treino entre dois jogos) do Besiktas, quando Carlos Carvalhal era treinador do clube turco”, diz o texto de apresentação do livro.
Bruno Lage escreveu um livro, é coautor de outro, mas também virou estudo de caso. Os colegas Bernardo Ferrão, Bruno Pereira, Diogo Laranjeira, Fernando Marques, João Frutuoso, José Melícias, Leandro Monteiro, Marco Morais, Pedro Bouças, Ricardo Ferreira e Ricardo Galeiras, todos do site português Lateral Esquerdo, assinam o livro Efeito Lage. Eles conotam como Lage levou o Benfica ao título português na temporada de 2018/2019. O conteúdo vai da liderança à comunicação, passando pelo modelo de jogo e a estratégia própria para cada jogo, sem esquecer os jogos Emblemáticos e a contribuição dele para as individualidades do time. Ficam as dicas de três obras literárias sobre Bruno Lage, um gol de letra de John Textor, o homem que o contratou.
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