O Governo do Distrito Federal, a Terracap e o Banco de Brasília (BRB) articulam a volta do Autódromo Internacional Nelson Piquet ao calendário da Stock Car em 2021. A etapa candanga seria realizada em 12 de dezembro deste ano e marcaria o retorno da capital à agenda dos principais eventos do automobilismo nacional. O local da corrida aparece indefinido no calendário. Em princípio, a data está reservada para a segunda prova do ano em Interlagos, mas o circuito paulista não tem agenda. Mesmo que a segunda etapa de Interlagos seja confirmada, Brasília tem chance de ser encaixada em outra data no segundo semestre. O Campeonato Brasileiro de Motovelocidade e a Copa Fórmula Truck também estão na mira do GDF. O circuito da capital do país está fechado desde 2014 à espera de reforma e da concessão do espaço à iniciativa privada.
A reforma está próxima de sair do papel. O blog apurou que o BRB financiará a revitalização do autódromo. O presidente banco estatal, Paulo Henrique Costa, esteve na Terracap para fechar as contas do investimento. A intenção é tornar o circuito minimamente capaz de receber eventos. Em seguida, o GDF pretende retomar a terceirização da administração do Autódromo Internacional Nelson Piquet.
Em entrevista ao blog, Fernando Julianelli, CEO da Vicar, promotora da Stock Car e Stock Light, confirmou a possibilidade. “Se a pista estiver aprovada pela CBA e com estrutura para receber uma prova do porte da Stock Car, obviamente estará no calendário no futuro”, afirmou.
O circo da Stock Car não desembarca em Brasília há seis anos. A última vez foi em 27 de abril de 2014. Naquela temporada, o autódromo recebeu duas etapas da competição no mesmo dia. Átila Abreu venceu a primeira e Thiago Camilo triunfou na segunda prova.
Em meio a articulação para a volta da Stock Car a Brasília, o desafio do governo local é colocar o autódromo em funcionamento. O espaço só tem sido aberto para treinamentos técnicos solicitados por órgãos de justiça e segurança do Distrito Federal. A Secretaria de Esportes tem sido responsável pelas autorizações.
Os organizadores da Stock Car definiram 10 etapas neste ano. Sujeito a mudanças, o planejamento da temporada 2021 aponta início em 28 de março, no Autódromo do Velopark, no município de Santa Rita (RS). Na sequência, estão previstas as corridas de Londrina, Interlagos, Goiânia, Cascavel, Curitiba, Santa Cruz do Sul, Velocitta, em Mogi-Guaçu (SP), e novamente Goiânia. Brasília trabalha para hospedar a última, em 12 de dezembro. O endereço da prova continua “A definir”.
“Se a pista estiver aprovada pela CBA e com estrutura para receber uma prova do porte da Stock Car, obviamente estará no calendário no futuro”
Fernando Julianelli, CEO da Vicar, promotora da Stock Car e Stock Light, em resposta ao blog
Interlagos recebe tradicionalmente duas etapas. Portanto, a última da temporada, em 12 de dezembro, seria uma delas, mas há conflito de agenda. O GDF trabalha para ocupá-la. Na pior das hipóteses, preencheria outra data no segundo semestre. A organização pondera que “datas e locais são passíveis de revisão em função das condições sanitárias”.
No ano passado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, cancelou o edital da parceria público-privada do autódromo. Elaborado na gestão do antecessor, Rodrigo Rollemberg, o texto previa concessão por 35 anos à empresa ou consórcio vencedor. As regras do jogo foram criticadas pelo Tribunal de Contas do DF. A licitação previa contrato de R$ R$ 73.176.202,26. Do total, R$ 38,8 milhões para reformas – R$ 24,8 milhões com investimentos da iniciativa privada. O teto de dinheiro público foi estipulado em R$ 14 milhões, montante questionado pelo TCDF.
A reabertura do autódromo é uma promessa de campanha de Ibaneis Rocha reforçada na cerimônia de transferência da administração do Mané Garrincha à Arena BSB, no início do ano passado. “O que importa é colocar o autódromo em funcionamento, se é para Indy, Fórmula 1, tanto faz. Quero o local novamente funcional. Existe interesse das grandes corridas em virem pro DF, e quem assumir a concessão vai negociar com as empresas”, disse o governador.
Em entrevista ao Correio Braziliense no ano passado, o CEO da Arena BSB, Richard Dubois, falou sobre o andamento da licitação para concessão à iniciativa privada.
“Não tenho controle sobre o caminho que está sendo seguido. (O autódromo) tem uma rentabilidade muito pior. Houve uma manifestação do governo que queria um autódromo mais capaz de receber eventos internacionais. A nossa proposta é de que o autódromo seja FIA 3 para provas nacionais e sul-americanas, ou seja, sem condições de receber a Fórmula 1. A gente consegue colocar eventos nacionais, como Fórmula 3, Stock Car e Fórmula E. Na nossa visão, esse retorno econômico de provas internacionais não é viável. Se Brasília quiser um autódromo FIA 3, temos todo interesse. O governo decide se quer investir, se quer colocar mais dinheiro”, comentou.
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