Abadiao Risco: para autoridade de segurança, o Abadião não tem condição de receber duas torcidas rivais. Imagem: Antonio Cunha/Esp. CB/D.A Press. Brasil

Brasiliense x Gama: coronel admite risco no Abadião, teme grupos no whatsapp e sugere torcida única, portões fechados ou Augustinho Lima

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Nem Brasiliense nem Gama — e muito menos a Federação de Futebol do Distrito Federal. A decisão sobre o local e a presença (ou não) dos torcedores no Estádio Abadião, no clássico deste sábado válido pela sexta rodada do Campeonato Candango, está nos laudos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, e nas mãos do major Amarante, da Secretaria de Segurança Pública. O militar foi designado para negociar com os clubes e a entidade máxima do futebol do DF uma solução para evitar confrontos entre baderneiros na acanhada arena de Ceilândia.

 

Uma reunião nesta quarta-feira definirá o local da partida entre Brasiliense e Gama. Em entrevista ao blog, o coronel Amarante afirmou que, na opinião dele, o Abadião não tem condição de receber o clássico com a presença de duas torcidas uniformizadas violentas. Além disso, revelou ter apresentado três alternativas aos clubes e aos representantes da federação em um encontro ocorrido ontem. “Uma das nossas sugestões é que a partida seja disputada no Estádio Augustinho Lima (em Sobradinho), um dos quatro da cidade que estão liberados para receber a presença de público”, conta. “Os ânimos exaltados entre as torcidas dos dois clubes não dão garantia de segurança no Abadião, mas isso será discutido com os clubes e a federação”, pondera.

 

Há outras duas sugestões. Uma delas, a realização da partida com torcida única, como acontecia até pouco tempo, por exemplo, em Minas Gerais nos clássicos entre Atlético-MG e Cruzeiro. Neste caso, apenas a torcida do mandante Brasiliense teria direito a ir ao Abadião. “Isso facilitaria o controle de segurança”, alega o coronel Amarante. A alternativa mais rígida é a disputa do clássico com os portões fechados para as duas torcidas. No fundo, seria uma forma de punição a problemas recentes causados pelos dois lados em locais públicos como estações do metrô e Setor Hoteleiro Norte. “Nós estamos apenas em março e já temos quatro ocorrências que dizem respeito a torcedores dos dois clubes. São três do Brasiliense e uma do Gama”, lamenta o militar. “O jogo vai acontecer, nós só precisamos definir o local e de que forma”, avisa.

 

A quarta hipótese, no momento a menos provável, é a realização da partida com a presença das duas torcidas. A capacidade do Abadião seria de 1.800 torcedores, com pouquíssimos bilhetes destinados para a torcida alviverde. Mas há uma preocupação com as redes sociais. “Antes, era possível mapear a possibilidade de confronto entre as torcidas no Facebook. Mas agora, essas torcidas uniformizadas que só visam confusão criaram grupos no Whatsapp. É impossível para a polícia descobrir o que eles estão combinando”, admite o coronel Amarante.

 

Questionado por que o Augustinho Lima — e não o Mané Garrincha — é apontado como solução, a autoridade de segurança explica. “É um estádio muito grande e a tendência é que o público seja pequeno. Neste caso, é muita segurança, muito aparato, para poucos torcedores.”

 

Na edição da última terça-feira, o Correio Braziliense mostrou que, a quatro dias do clássico, não havia um plano de segurança. O Super Esportes lembrou inclusive o repertório vasto de confusões antes, durante e depois do clássico, tanto no Bezerrão quanto no Serejão — antiga casa do Brasiliense. De qualquer forma, a novela sobre o local do jogo deve acabar hoje.