Brasiliense Depois de passar pelo Atlético-GO, Brasiliense tenta desbancar o Vila Nova. Foto: Heber Gomes/AGIF via CBF Depois de passar pelo Atlético-GO, Brasiliense tenta desbancar o Vila Nova. Foto: Heber Gomes/AGIF via CBF

Brasiliense tem time para eliminar Atlético-GO em campo e precisa se curar do vício do tapetão

Publicado em Esporte

Respeito o direito do Brasiliense de reivindicar no Superior Tribunal de Justiça Desportivo a eliminação do Atlético-GO e a vaga para as semifinais da Copa Verde. A questão para mim é outra: qual é a necessidade disso agora? O time candango venceu a primeira partida, em Goiânia, por 2 x 1. Tem tudo para superar o adversário dentro das quatro linhas neste domingo, no Serejão, em Taguatinga. Pra quê manchar uma campanha bacana até agora, com triunfos sobre Vitória-ES e Luverdense, com picuinha desnecessária neste momento?

Vejo apenas uma justificativa. O Brasiliense fez 20 anos em 1º de agosto do ano passado. Logo, a Copa Verde é a última oportunidade de o clube colocar no currículo que conquistou título no ano em que virou “vintão”. Afinal, perdeu o Candangão para o arquirrival Gama e fracassou na Série D depois de realizar a melhor campanha da fase de grupos entre os 64 concorrentes. Resumindo: a impressão que a diretoria passa é a necessidade conquistar um título a qualquer custo na temporada 2020. Nem que seja na marra, com auxílio do tapetão.

O Brasiliense não precisa disso. Tem dinheiro, um centro de treinamento bacana, história no cenário regional e nacional. Foi vice-campeão da Copa do Brasil 2002, semifinalista do mata-mata nacional em 2007, conquistou a Série C (2002) e a Série B (2004).

Para completar, duela com um adversário que está em outro patamar. O título do Atlético-GO na temporada é a permanência na Série A do Brasileirão. A Copa Verde serve para dar milhas a jovens jogadores do clube, movimentar reservas e até alguns titulares. O Brasiliense reclama do desrespeito ao intervalo de 66 horas na utilização dos jogadores.  Relacionados para os duelos com Bragantino (Série A) e Brasiliense (Copa Verde), o goleiro Gabriel Bernard; os laterais Arnaldo e Nicolas; os zagueiros Gilvan e Lucas Oliveira; os volantes Pereira e Rithely; e o atacante Vitor Leque foram sobrecarregados. Arnaldo, Pereira, Rithely e Vitor Leque entraram em campo nas duas partidas.

Se há um erro administrativo por parte do adversário, por que manifestá-lo antes da decisão sagrada dentro do campo? Para enfraquecer mais ainda um adversário que não deve oferecer resistência nenhuma porque tem competição mais importante com que se preocupar, ou seja, o Brasileirão? Por sinal, o Brasiliense só figurou na elite um ano, em 2005. Ou o Jacaré tem trauma da eliminação contra os reservas dos reservas do Goiás nas oitavas de final da edição passada? Sinceramente essa briga, agora, não faz sentido.

O Brasiliense precisa se dar ao respeito. Parar com essa mania histórica de ganhar batalhas na marra, nos tribunais. Em 2005, por exemplo, o clube conseguiu manchar a história da primeira partida do clube na Série A. Condenado a estrear com portões fechados contra o Vasco, no Mané Garrincha, peitou a decisão do STJD e comercializou ingressos. Em campo, houve empate por 2 x 2, mas o Vasco ganhou os pontos da forma inquestionável.

Insisto. O Brasiliense não deveria ter comprado briga tão pequena com o Atlético-GO. O melhor caminho é vencer no campo. Sempre. E não tenho dúvidas da capacidade do time candango de avançar às semifinais sem o auxílio do tapetão. É bem mais elegante.

 

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