Todos os jogadores do Brasil atuam em clubes nacionais. Foto: Alexandre Loureiro/CBF
Em tempos de fuga de talentos cada vezes mais cedo para os grandes centros do futebol mundial, os semifinalistas do Mundial Sub-19 2019 mostram que os clubes estão cada vez mais cedendo ao assédio técnico e econômico por novos talentos. Curiosamente, o anfitrião Brasil é o único da turma que resiste bravamente e tem 100% no elenco em ação no país.
Dos 84 jogadores inscritos por Brasil, França, Holanda e México, apenas oito atuam fora dos seus respectivos países. Há dois anos, nesta mesma fase da edição disputada na Índia, eram apenas dois importados nos elencos de Brasil, Inglaterra, Espanha e Mali. O espanhol Eric Garcia pertencia ao Manchester City. O inglês Jadon Sancho era do Borussia Dortmund.
Atual campeã da Eurocopa Sub-17, a Holanda é a mais visada entre os semifinalistas. Tem cinco jogadores empregados no exterior, ou seja, um quarto dos convocados. O defensor Ki-Jana Hoever pertence às divisões de base do inglês Liverpool. Melayro Bogarde, sobrinho do excelente Winston Bogarde do Ajax, Milan, Barcelona e Chelsea, é lapidado pelo alemão Hoffenheim. Ian Maatsen pertence ao inglês Chelsea, Yannick Leliendal joga no vizinho Genk da Bélgica e o atacante Jayden Braaf é aposta da base do Manchester City.
Dois dos 21 chamados pela França atuam no exterior. O meia Lucien Agoumé pertence à Internazionale da Itália. A Juventus levou Naouirou Ahamada. Destaque do México nesta edição do Mundial, Efrain Álvarez é o único “estrangeiro” do México. A aposta de 17 anos defende o Los Angeles Galaxy na Major League Soccer.
Curiosamente, o único candidato ao título sem adolescentes no exterior é o Brasil. Não por falta de assédio. A multa rescisória da molecada é altíssima, assusta os pretendentes. O elenco poderia contar, por exemplo, com Reinier do Flamengo, cobiçado pelo Atlético de Madri. Talles Magno foi observado por vários “olheiros”, um deles do Real Madrid, no período em que participou do Mundial Sub-17. O atacante se machucou nas oitavas de final contra o Chile, foi cortado da delegação e iniciou a recuperação no Vasco.
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