As decisões do Botafogo antes da partida contra o Internacional mostravam a insegurança da diretoria e do técnico Bruno Lage com a ausência do lesionado Tiquinho Soares — artilheiro isolado do Campeonato Brasileiro com 13 gols.
Fora das quatro linhas, John Textor anunciou a contratação do centroavante Diego Costa, ex-Atlético de Madrid, Atlético-MG, Wolverhampton e seleções do Brasil e da Espanha. Sim, ele jogou pelas duas!
Dentro das quatro linhas, Bruno Lage improvisou o meia Eduardo no papel de falso 9. Júnior Santos havia assumido esse papel no empate por 0 x 0 com o Guaraní do Paraguai no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. As duas tentativas não prosperaram. O Glorioso não balançou a rede com noves postiços nem em Assunção nem no primeiro tempo da virada por 3 x 1 contra o Internacional nos embalos de sábado à noite.
A vitória imponente deste sábado começou a ser construída quando Bruno Lage remontou a estrutura do Botafogo e colocou cada peça no devido lugar. Eduardo retornou ao meio de campo. Janderson assumiu o papel de referência no ataque. Ele não é o centroavante dos sonhos da diretoria, do técnico nem da torcida, mas era o especialista disponível para essa partida. Ponto.
As trocas de Lucas Fernandes por Janderson e de Gustavo Sauer por Luis Henrique devolveram o Botafogo à zona de conforto. Victor Sá teve dificuldades nos duelos com o lateral-direito colorado Bustos no primeiro tempo. A história mudou no segundo tempo. Contundente nas tramas pelas pontas, o Glorioso passou a sufocar Bustos e Renê e salvou a pele do bom goleiro Lucas Perri. Ele havia falhado no gol de Maurício e se sentiu aliviado depois da partida.
Deve parte do bicho aos colegas do banco. Luis Henrique deu assistência para o gol de Victor Sá no empate. Janderson se esforçou para ser o protagonista do gol da virada, mas a assistência venenosa do lateral-esquerdo Hugo para o centroavante foi desviada para a rede pelo zagueiro Nicolás Hernández. A simples presença de um nove raiz dentro da área perturbou a defesa colorada. Improvisado, Eduardo não tinha esse perfil no primeiro tempo.
Eduardo é decisivo no meio de campo. Provou isso no lance do terceiro gol. Em vez de flecha, como no primeiro tempo, agiu como sabe, na função de arco, ao dar o passe decisivo para o gol Luis Henrique. O maestro do time simplificou o que Bruno Lage tentou tornar complexo.
O Botafogo jogou por música no segundo tempo. Exibição de virtual campeão em uma noite de festa. O clube comemorou 119 anos com a torcida cantando ao som de Zeca Pagodinho, Iago Machado, do funk do Segovinha e do tapetinho de MC Caja. Não importa o ritmo. O Glorioso mandou 10 jogos no estádio Nilton Santos no primeiro turno e derrotou todos. Fez cada um deles dançar conforme a música em ritmo de balada rumo ao fim do jejum de 28 anos.
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