Bipolares, Renato Gaúcho e a torcida do Flamengo se merecem. No domingo, o técnico trocou quatro jogadores de uma vez nos minutos finais do empate por 1 x 1 com o Ceará, no Castelão, desmontou o time, abriu mão de buscar a vitória no Brasileirão e irritou a “nação” nas redes sociais. Três dias depois, mostrou competência para remontar o time com um jogador a menos no intervalo e goleou o Grêmio, time do coração dele no segundo tempo, por 4 x 0, na Arena, em Porto Alegre, e conseguiu levou a mesma torcida que o detonou no fim de semana ao êxtase. Até onde vai essa simbiose maluca? A ver…
A exibição do Flamengo com 10 jogadores no segundo tempo depois da expulsão de Isla teve requintes de crueldade com a imensa fatia da torcida rubro-negra que detesta o combo de artilheiros da noite formado por Bruno Viana, Michael, Rodinei e Vitinho; mas principalmente com a biografia de Luiz Felipe Scolari. O segundo tempo lembrou trechos do 7 x 1, inclusive, na cor da camisa da Alemanha em 8 de julho de 2014 e o Flamengo neste 25 de agosto de 2021.
Renato Gaúcho fez o óbvio no segundo tempo. Ao trocar Arrascaeta e Diego por Michael e Thiago Maia, posicionou o Flamengo no 4-4-1, entregou a responsabilidade do jogo a Felipão e apostou na velocidade de Everton Ribeiro e Michael pelos lados e na qualidade do passe de Thiago Maia e Willian Arão para a bola chegar no isolado Gabriel Barbosa.
Pressionado pela obrigação de vencer em casa, Felipão foi desmontando pouco a pouco o sistema de jogo eficiente usado no primeiro tempo, quando segurou o ímpeto rubro-negro e apostou em uma bola no pé de Douglas Costa em busca de um gol. Qualquer semelhança com o que ele fazia no Palmeiras com Dudu é mera coincidência. A lesão do atacante Grêmio destruiu a fórmula de Scolari. Quando ele pensou em se reinventar, o Flamengo estava reinventado para outra vez atropelar o tricolor gaúcho.
O Flamengo fez quatro ou mais gols no Grêmio com três técnicos diferentes. Uma sob a batuta de Jorge Jesus naquele 5 x 0, no Maracanã; outra com Rogério Ceni nos 4 x 2 do ano passado na arrancara rubro-negra para o bicampeonato brasileiro; e esta às ordens de Renato Gaúcho. O resultado permite ao Flamengo se concentrar nas duas partidas atrasadas válidas pelo Brasileirão, um delas justamente contra o Grêmio, na caça ao líder Atlético-MG e no primeiro jogo da semifinal da Libertadores contra o Barcelona de Guayaquil, em Brasília.
Tenho apenas uma observação sobre a exibição do Flamengo no primeiro tempo e compartilhei no meu Twitter durante a partida. Pode ser impressão, mas a sequência de vitórias do Flamengo escondeu a falta que Gerson faz ao meio de campo rubro-negro. O buraco deixado pelo jogador negociado com o Olympique de Marselha só vem crescendo em jogos mais duros como foi o primeiro tempo contra o Grêmio. Sinto falta de alguém que entre ali e dê consistência, cadência e nova dinâmica ao time na transição defensiva.
São Paulo 2 x 2 Fortaleza
As outras duas partidas das quartas de final disputadas nesta quarta-feira começaram equilibradas. Sigo afirmando que o São Paulo precisa de um goleiro. Tiago Volpi falhou no jogo de ida das quartas de final da Libertadores contra o Palmeiras, no Morumbi, no lance do gol do volante Patrick de Paula. Errou novamente no primeiro gol do Fortaleza ao chegar atrasado na disputa de bola com Yago Pikachu.
Estragou a noite do iluminado Rigoni. Hernán Crespo pediu a contratação do compatriota e o argentino tem nove gols na temporada. Só não saiu de campo com status de herói porque Romarinho o frustrou ao empatar o jogo no último lance.
Athletico-PR 1 x 0 Santos
Em Curitiba, lamentavelmente o VAR roubou a cena na vitória do Athletico-PR por 1 x 0 contra o Santos. Renato Kayzer foi personagem ao marcar o gol da vitória rubro-negra e por causa de um pênalti reivindicado pelo Santos. O Furacão reclama do gol anulado de Mingotti.
Fluminense x Atlético-MG
Embora o Atlético-MG seja superior ao Fluminense, a expectativa é de que o primeiro duelo nesta quinta-feira à noite, no Estádio Nilton Santos, no Rio, siga o equilíbrio dos confrontos dos duelos entre São Paulo e Fortaleza e Athletico e Santos.
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