O futuro da Seleção começou. A entrada em campo do brasiliense Endrick na goleada do iminente campeão brasileiro Palmeiras contra o Coritiba é simbólica. A Copa do Mundo do Qatar-2022 representará troca de geração. Protagonistas dos títulos do Sul-Americano e Mundial Sub-20 em 2011, Neymar, Philippe Coutinho, Danilo, Alex Sandro e Casemiro devem vestir a amarelinha com menos frequência no ciclo para 2026. A tendência é a invasão de uma garotada atrevida, talentosa e faminta por títulos nas próximas Eliminatórias.
Possíveis estreantes na Copa deste ano, Vinicius Junior, Lucas Paquetá, Antony, Raphinha e Richarlison assumirão o papel de tios e darão boas vindas às joias lapidadas nas seleções de base. A safra é promissora e poderá ser avaliada em breve, no começo de 2023, no Sul-Americano Sub-20 e Sub-17. Vem aí uma molecada de encher os olhos de quem coloca o dedo em riste para fazer discurso a favor da badalada geração belga. Sigo as seleções de base e afirmo: há possibilidade de experimentarmos anos dourados com a nova turma.
Endrick é apenas um dos diferenciados. Empilha títulos nas categorias de base do Palmeiras e da Seleção neste ano: Copa São Paulo de Futebol Júnior, Copa do Brasil Sub-17, Brasileirão Sub-20. Sete gols em quatro finais! Protótipo de um novo fenômeno. Ele está mais refinado do que se espera para um garoto de 16 anos. A tendência é evoluir ainda mais até o processo final de formação em algum clube de ponta da Europa.
Imagine o Brasil desfrutar na Copa de 2026 de um ataque com Vinicius Junior, Rodrygo e Endrick, por exemplo. Isso sem contar o processo de maturação lento pelo qual passam alguns jogadores. O meia-atacante candango Reinier tem os próximos quatro anos para se firmar no Real Madrid — está emprestado ao Girona. Há meninos da Vila em série. O brasiliense Ângelo Gabriel e o ótimo Marcos Leonardo, por exemplo.
O Flamengo consolida o volante João Gomes como uma das revelações da temporada. O Palmeiras segura o volante Danilo. O Fluminense ostenta André. O Athletico-PR conta com o não menos promissor Vitor Roque, uma joia iluminada na campanha da Libertadores. Carente de laterais, o país vê Khellven crescer muito com a camisa do Furacão.
A renovação de jogadores está garantida. Faltam técnicos. Um cara acima da média. Todos os candidatos à vaga de Tite vivem momento aquém do cargo cobiçado. Cuca e Renato Gaúcho não retornaram bem ao Atlético-MG e ao Grêmio, respectivamente. Dorival Júnior acumula títulos pendentes no Flamengo. Pode se fortalecer caso conquiste a Copa do Brasil e a Libertadores. Rogério Ceni sofreu dura derrota no vice da Sul-Americana. Independentemente do desfecho da Copa, há uma safra pedindo passagem. A nova geração clama por um treinador capaz de não desperdiçá-la. Mesmo que o passaporte do profissional seja estrangeiro.
*Artigo publicado na edição impressa de sábado (8.10.2022) do Correio Braziliense.
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