A Diretoria Colegiada do Banco de Brasília (BRB) aprovou na manhã de quinta-feira patrocínio para 7 dos 12 clubes da primeira divisão do Candangão que apresentaram, dentro do prazo, a papelada exigida para ter direito ao investimento. Os pré-requisitos para a contratação eram as certidões negativas junto à Receita Federal, Secretaria de Fazenda do DF, Tribunal Superior do Trabalho e Caixa Econômica Federal/FGTS. O blog apurou que quem aderiu pode receber até R$ 189.500 de acordo com a campanha no torneio e prestação de contas. Na primeira fase, cada jogo vai render R$ 7 mil. Na primeira fase, cada equipe disputa 11 partidas.
Dos 12 times da Série A do Candangão, o atual campeão, Luziânia, e mais Atlético Taguatinga, Formosa, Paranoá, Real (ex-Dom Pedro), Sobradinho e Santa Maria tiveram o pedido de patrocínio aceito pelo colegiado do BRB. Brasília, Brasiliense, Ceilândia, Gama e Paracatu ficaram fora do projeto, que será publicado no Diário Oficial do Distrito Federal entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro. Alguns dirigentes consideraram a receita abaixo do esperado em comparação com o que é pago, por exemplo, ao time de basquete do UniCeub/BRB, líder do NBB, e ao Brasília Vôlei, na Superliga Feminina, e chegam a chamar o investimento no Candangão de “mixaria”. Mas há também quem use o discurso revoltadinho para esconder a falta das tais certidões negativas, que podem até mesmo rebaixar times antes do início do Candangão.
Uma fonte menos exaltada, e mais conformada com a situação, alega que UniCeub e Brasília Vôlei disputam competições de elite, com visibilidade nacional, e o futebol candango só tem representantes na Série D do Campeonato Brasileiro — Luziânia e Ceilândia vão representar o DF na quarta divisão. “É aquela coisa, aceita que dói menos”, brinca.
Por contrato, as equipes que firmaram patrocínio para o Candangão devem exibir a marca da instituição nos ombros ou tórax da camisa de jogo e nas costas, acima do número. Além disso, são exigidas duas placas estáticas no campo de jogo como mandante.
Uma das novidades do convênio para o Campeonato Candango, em 2017, é um prêmio extra para os clubes contratados que levarem mais torcedores ao estádio como mandante. As equipes com maior público, considerando o borderô emitido pela Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), receberão uma bonificação.
Como mostrou o blog no início do mês, o patrocínio do BRB e o contrato de tevê são as maiores receitas dos clubes para o Candangão. Em 2016, os 12 times e a FFDF dividiram R$ 476.933,21 do acordo com a tevê Globo. Cada um teve direito a R$ 36.687,17. Pelo contrato, a receita sofre reajuste neste ano com base no INPC. Atlético Taguatinga, Brasília, Ceilândia, Formosa, Gama, Luziânia, Paracatu, Paranoá, Real, Santa Maria e Sobradinho aceitaram as condições. A exceção é o Brasiliense, que discorda dos valores.
No que diz respeito ao BRB e à Globo há um conflito de interesses. O BRB reclama da falta de visibilidade do Campeonato Candango e espera aparecer nacionalmente ao menos nos Gols do Fantástico. Uma série de estudos apresentados aos executivos indicaram que o peito e os ombros são os espaços mais nobres na camisa de um time — principalmente quando os cinegrafistas fecham no jogador durante as entrevistas pré e pós-jogo.
O Campeonato Candango de 2017 vai ter 66 jogos na primeira fase, 16 nas quartas, quatro nas semifinais e duas na decisão, totalizando 88 confrontos. Por enquanto, há previsão de transmissão apenas das finais, em 29 de abril e 6 de maio, no Mané Garrincha. Isso se o Brasiliense não for um dos finalistas, como mostrou o blog em um post da semana passada.