Gomes; Rafinha, Lúcio, Juan e Zé Roberto; Emerson, Renato Augusto, Diego e Amoroso; Élber e Grafite. Esta é uma seleções de jogadores brasileiros que trabaram no Campeonato Alemão. Houve uma época na qual a Bundesliga se curvava ao padrão de excelência da indústria brasileira. Ter um jogador do país no elenco era troféu. No anos 1980, jogadores como Jorginho, Tita e Dunga escancararam as portas do mercado germânico.
Amoroso, Élber, Aílton e Grafite aproveitaram a recpeção da Bundesliga para arrematar quatro vezes a artilharia. O brasiliense Amoroso foi o primeiro na temporada de 2001/2002. Fez 18 gols e dividiu o primeiro lugar com Martin Max (Munique 1860).
Duas temporadas depois, o paranaense Élber foi o goleador da Bundesliga de 2002/2003 com 18 gols ao lado do dinamarquês Thomas Christiansen. Cada um fez 21 gols. Ídolo do Werder Bremen, Aílton balançou a rede 21 vezes pelo Werder Bremin com 28. Último matador brasileiro no Alemão, Grafite marcou 28 no título do Wolfsburg em 2008/2009.
O tempo de vacas gordas passou. O Brasil tem apenas nove jogadores inscritos no Alemão. Não há no Bayern de Munique. O espaço outrora ocupado pelo talento verde-amarelo agora é do colombiano Luís Díaz. O reforço mais caro da temporada chega do Liverpool por 70 milhões de euros. Outra prova da derrocada do Brasil é a ausência de jogadores do futebol alemão na convocação de Carlo Ancelotti.
Na campanha do tetra, o técnico Carlos Alberto Parreira convococou Jorginho (Bayern de Munique), Dunga (Stuttgart) e Paulo Sérgio (Bayer Leverkusen). Luiz Felipe Scolari levou o Brasil ao penta em 2002 com Lúcio (Bayern de Munique) entre os titulares. A tendência é o italiano não levar ninguém do Alemão à Copa de 2026 no Canadá, nos EUA e no México.
Retrato de um novo tempo no qual o Brasil ocupa o nono lugar entre os países fornecedores de jogadores para a Bundesliga, atrás. Os pés de obra forjados na França, Áustria, Suíça, Dinamarca, Bélgica, Croácia, Holanda — e até Estados Unidos — interessam mais. O Campeonato Alemão expõe a nossa escassez de talentos de ponta. Não era assim!
Willkommen, Bundesliga!
10 motivos para não perder
1. Saída pela direita
O Brasil tem nove jogadores no Campeonato Alemão. É o oitavo fornecedor de pés de obra da Bundesliga. Em tempos de carência na lateral direita da Seleção, vale dar uma espiadinha em dois nomes nesta temporada pré-Copa do Mundo: Yan Couto, campeão mundial sub-17 em 2019, e Arthur, revelado pelo América-MG e vinculado ao Bayer Leverkusen. Recomenda-se observar também o volante Vinicius Souza, ex-Flamengo, atualmente no Wolfsbug.
2. Goleiro
Sim, temos um paredão para ficar de olho na Bundesliga. Nascido em Vassouras (RJ) e com passagem pela base do Volta Redonda e do Flamengo, Kauã Santos está no elenco do Eintracht Frankfurt. Jovem, ele tem 22 anos e defendeu a Seleção de base sub-20 em duas oportunidades. Embora seja reserva de Grahl, Kauã Santos acumula experiência para dar saltos maiores no próprio clube em outro da Europa. Kauã Santtos é o segundo goleiro a disputar o Campeonato Alemão. O outro foi Gomes, emprestado ao Hoffenheim em 2013.
3. Abalou o mercado
O Bayern de Munique é mais uma vez o campeão de investimento em reforços nesta temporada. Despejou 205 milhões de euros em contratações e impactou o mercado europeu ao pagar 70 milhões de euros ao Liverpool pela contratação do ponta colombiano Luis Díaz. O Bayer Leverkusen também quebrou o porquinho nas aquisições de Quansah, ex-Liverpool, e Tilman, ex-PSV Eindhoven.
4. Harry Kane
Vai se atrever a deixar de lado a liga na qual uma das atrações é simplesmente Harry Kane? O centroavante inglês finalmente conquistou o primeiro título na carreira com autoridade: foi o artilheiro da Bundesliga na temporada passada com 26 gols. Quem não deve estar nada a fim de assistir ao jogos dele é a torcida do Flamengo depois da exibição de gala do jogador na vitória por 4 x 2 pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa.
5. Gols a rodo
O Campeonato Alemão é disparado o mais ofensivo entre as sete principais ligas nacionais da Europa. A média na temporada passada foi de 3,13 por partida. Somente o Holandês se aproximou dessa média entre as sete principais ligas da Europa com 2,99. Espanhol, Francês, Inglês, Italiano e Português ficaram na casa dos dois gols por partida na temporada passada. O Bayern de Munique marcou sozinho 99 gols em 34 jogos na conquista anterior (2,91).
6. Quem poderá deter?
O Bayern de Munique empilhou 11 títulos consecutivos de 2013 a 2023, teve a hegemonia interrompida pelo Bayer Leverkusen na temporada de 2023/2024, mas restabeleceu a ordem em 2024/2025 e larga novamente como favorito ao título do Campeonato Alemão. Vincent Kompany faz ótimo trabalho e tem um elenco ainda mais forte com a chegada do fora de série Luís Díaz para jogar ao lado de Kane, Musiala e companhia.
7. Espera um pouco…
Os fãs de Musiala terão de esperar aguardar pelo retorno do craque do Bayern de Munique. Vítima de uma grave lesão no joelho sofrida nas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa contra o Paris Saint-Germain, ele tem volta prevista ao gramado para dezembro. O retorno é aguardado também pela seleção alemã. Musiala é uma das principais estrelas do país para a Copa do Mundo de 2026, logo depois do fim da temporada da Bundesliga.
8. Reconstrução
Restou pouco daquele Bayer Leverkusen que destronou o Bayer Leverkusen na temporada de 2023/2024. O técnico Xabi Alonso é o sucesso de Carlo Ancelotti no Real Madrid. As saídas de Wirtz, Frimpong, Xhaka e Tah desmantelaram a base daquele time encantador. A solução foi aplicar o dinheiro acumulado com o título doméstico, a participação na Champions League e as vendas em reforços como Quansah, Tillman, Maza, Flekken e Kofane.
9. Mercados alternativos
Chama a atenção a quantidade de jogadores estadunidenses na Bundesliga. São 10! Mais até do que brasileiros. O meia-atacante Malik Tillman joga no Bayer Leverkusen. O ponta-direita Cole Campbell atua no Borussia Dortmund. O meia-esquerda Kevin Paredes figura no plantel do Wolfsburg. Timothy Chandler é lateral direito do Eintracht Frankfurg. O Japão é outro fornecedor relevante com nove jogadores, entre eles, o zagueiro Hiroki Ito do Bayern de Munique.
10. Olho neles
Essa é a última formação da Alemanha na derrota por 2 x 0 para a França na Uefa Nations League: Ter Stegen; Kimmich, Koch, Tah e Raum; Gross; Adeyemi, Goretzka e Wirtz; Woltemade e Fullkrug. Dos 11, oito disputam a Bundesliga. As exceções são o goleiro Ter Stegen, o meia Wirtz e o centroavante Fullkrug. Portanto, assistir ao Campeonato Alemão é uma oportunidade de conhecer as figurinhas que estarão no álbum da Copa do Mundo de 2026.
Campeonato Alemão
Período: 22/8/2025 a 16/05/2026
Clubes: 18
Jogadores: 531
Estrangeiros: 298 (56,1%)
Média de idade: 25,5 anos
Investimento em contratações: € 700,7 milhões
Quem mais gastou: Bayer Leverkusen, € 141 milhões
Vagas na Liga dos Campeões: 4
Quem transmite: ESPN, Disney+ e X-Sports
Como foi na temporada 2024/2025
Campeão: Bayern Munique, 82 pontos
Vaga para Liga dos Campeões: Bayern de Munique, Eintracht Frankfurt, Augsburg e Wolfsburgo
Vagas para Europa League: Union Berlim
Vaga para Conference League: Hoffenheim
Quem subiu: Colônia e Hamburgo
Quem desceu: Hostein Kiel e Bochum
Gols: 959 / Jogos: 306 / Média de gols: 3,13
Artilheiro: Harry Kane (Bayern de Munique), 26 gols
Média de público: 38.662
Melhor média de público: Borussia Dortmund (81.365)
Os 18 candidatos ao título

AUGSBURG
Fundação: 1907
Título: não tem
Estádio: Augsburg Arena (30.660)
Time-base (3-4-3)
Dahmen;
Matsima, Gouweleeuw e Schlotterbeck;
Wolf, Fellhauer, Massengo e Giannoulis;
Jakic, Kömür e Saad
Técnico: Sandro Wagner
Brasileiro: não tem
BAYER LEVERKUSEN
Fundação: 1904
Título: 1
Estádio: BayArena (30.210)
Time-base (3-4-3)
Flekken;
Tapsoba, Badé e Hincapié;
Tella, Andrich, Aleix García e Grimaldo;
Ecjeverri e Maza
Boniface
Técnico: Erik ten Hag (Holanda)
Brasileiro: Arthur
BAYERN DE MUNIQUE
Fundação: 1900
Títulos: 34
Estádio: Allianz Arena (75.000)
Time-base (4-2-3-1)
Neuer;
Boey, Upamecano, Tah e Davies;
Goretzka e Kimmich;
Olise, Musiala e Luis Díaz;
Kane
Técnico: Vincent Kompany (Bélgica)
Brasileiro: não tem
BORUSSIA DORTMUND
Fundação: 1902
Títulos: 8
Estádio: Signal Iduna Park (81.329)
Time-base (3-4-1-2)
Kobel;
Mané, Anton e Bensebaini;
Yan Couto, Gross, Bellingham e Svensson;
Sabitzer;
Guirassy e Adeyemi
Técnico: Niko Kovac (Croácia)
Brasileiro: Yan Couto
BORUSSIA MONCHENGLADBACH
Fundação: 1900
Títulos: 5
Estádio: Borussia Park (54.057)
Time-base (3-4-2-1)
Nicolas;
Scally, Elvedi, Chiarodia e Ullrich;
Reitz e Sander;
Honorat, Stöger e Hack;
Tabakovic
Técnico: Gerard Seoane (Suíça)
Brasileiro: não tem
COLÔNIA
Fundação: 1948
Título: 2
Estádio: Müngersdorfer Stadion (50.000)
Time-base (4-2-3-1)
Schwäbe;
Schmied, Hübers e Krauss;
Sebulonsen, Jóhannesson, Martel e Lund;
Thielmann e Kaminski;
Bülter
Técnico: Lukas Kwasniok
Brasileiro: não tem
EINTRACHT FRANKFURT
Fundação: 1899
Título: 1
Estádio: Commerzbank-Arena (51.500)
Time-base (4-3-3)
Grahl;
Kristensen, Collins, Koch e Nkounkou;
Chaibi, Uzun e Larsson;
Doan, Bukardt e Bahoya
Técnico: Dino Toppmöller
Brasileiro: Kauã Santos
FREIBURG
Fundação: 1904
Título: não tem
Estádio: Schwarzwald-Stadion
Time-base (4-2-3-1)
Atubolu;
Kübler, Ginter, Lienhart e Günter;
Eggestein e Manzambi;
Dinkçi, Suzuki e Grifo;
Höler
Técnico: Julian Schuster
Brasileiro: não tem
HAMBURGO
Fundação: 1887
Título: 6
Estádio: Volksparkstadion (57.000)
Time-base (3-4-3)
Daniel Fernandes;
Omari, Elfadli e Torunarigha;
Gocholeishvili, Remberg, Capaldo e Muheim;
Sahiti, Königsdörffer e Rossing-Lelesiit
Técnico: Merlin Polzin
Brasileiro: Otto Stange
HEIDENHEIM
Fundação: 1972
Título: não tem
Estádio: Voith-Arena (15.000)
Time-base (3-4-2-1)
Ramaj;
Mainka, Gimber e Sierslehen;
Busch, Schöppner, Dorsch e Föhrenbach;
Arijon Ibrahimovic e Scienza;
Zivzivadze
Técnico: Frank Schmidt
Brasileiro: Leo Scienza
HOFFENHEIM
Fundação: 1962
Título: 1
Estádio: Parkstad Stadion (19.979)
Time-base (4-3-3)
Baumann;
Coufal, Hranác, Machida e Bernardo;
Burger, Avdullahu e Kramaric;
Asllani, Lemperle e Touré
Técnico: Christian Ilzer
Brasileiros: Bernardo e Arthur Chaves
MAINZ
Fundação: 1905
Título: não tem
Estádio: Opel Arena (34.034)
Time-base (3-4-3)
Zentner;
Danny Costa, Hanche-Olsen e Kohr;
Caci, Sano, Amiri e Mwene;
Nebel e Lee;
Hollerbach
Técnico: Bo Svensson (Dinamarca)
Brasileiro: não tem
RED BULL LEIPZIG
Fundação: 1965
Título: 1
Estádio: De Grolsch Veste (30.205)
Time-base (4-4-2)
Lyska;
Kolbe, Osée, Orban e Raum;
Nusa, Seiwald, Schlager e Simons;
Herrmann e Openda
Técnico: Ole Werner
Brasileiro: Rômulo
ST. PAULI
Fundação: 1910
Título: não tem
Estádio: Millerntor-Stadion (29.546)
Time-base (3-4-1-2)
Vasilj;
Wahl, Smith e Dzwigala;
Pyrka, Sands, Fujita e Oppie;
Sinani;
Hountondji e Mathias Pereira
Técnico: Alexsander Blessin
Brasileiro: não tem
STUTTGART
Fundação: 1893
Títulos: 5
Estádio: MHP Arena (60.449)
Time-base (3-4-2-1)
Nübel;
Vagnoman, Jaquez, Chabot e Mettelstädt;
Karazor e Stiller;
Woltemade, Undav e Leweling;
Demirovic
Técnico: Sebastian Hoeness
Brasileiro: não tem
UNION BERLIM
Fundação: 1907
Título: 1
Estádio:Stadion An der Alten Försterei (22.012)
Time-base (5-3-2)
Ronnow;
Trimmel, Doekhi, Querfeld, Rothe e Skov;
Schäfer, Rani Khedira e Haberer;
Ilyas Ansah e Ilic
Técnico: Steffen Baumgart
Brasileiro: não tem
WERDER BREMEN
Fundação: 1899
Títulos: 4
Estádio: Weserstadion (42.100)
Time-base (4-2-3-1)
Backhaus;
Malatini, Stark, Friedl e Agu;
Leonardo Bittencourt e Lynen;
Njinmah, Schmid e Mbangula;
Grüll
Técnico: Horst Steffen
Brasileiro: Leonardo Bittencourt
WOLFSBURG
Fundação: 1945
Título: 1
Estádio: Volkswagen Arena (30.000)
Time-base (4-2-3-1)
Grabara;
Ficher, Jenz, Koulierakis e Zehter;
Max Arnold e Vinicius Souza;
Skov Olsen, Majer e Wimmer;
Pejcinovic
Técnico: Paul Simonis (Holanda)
Brasileiro: Rogério e Vinicius Souza
Leia a série completa:
Guia do Português – Liga Portugal
Guia do Inglês – Premier League
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