Os Jogos Olímpicos de Paris-2024 conseguiram tirar dois profissionais respeitados no Brasil da zona de conforto. Bernardinho e Arthur Elias estão em apuros nos torneios de vôlei masculino e de futebol feminino. Ambos arriscam não entregar o que deles se espera: medalhas.
Bernardinho assumiu a Seleção masculina de vôlei a 100 dias dos Jogos Olímpicos de Paris. Herdou a prancheta de Renan Dal Zotto. Caiu nas quartas de final na Liga das Nações contra a Polônia e iniciou a campanha na França com derrota para a Itália.
A situação é delicada levando-se em conta o próximo adversário. O Brasil enfrentará a Polônia nesta quarta-feira. Oportunidade de revanche após a eliminação na Nations League. Chama atenção uma certa irritação de Bernardinho com o grupo e isso é perigoso.
“Faltou acreditar um pouquinho mais. Ficou eu mesmo frustrado por não conseguir colocar nos caras situações em que temos plenas condições de brigar. A frustração é porque criamos chances, tivemos bons momentos e não soubemos aproveitar. Aí doi um pouco”.
Óbvio, não há dúvida sobre o potencial de Bernardinho para sair das cordas. Trata-se de um cara sete vezes medalhista olímpico. Uma como jogador e seis no papel de técnico. Ouro em Atenas-2004 e no Rio-2016. Prata em Pequim-2008 e em Londres-2012.
No entanto, é preciso admitir a dificuldade neste início de trabalho. São 14 jogos oficiais desde a posse de Bernardinho somando Liga das Nações e Olimpíadas. O retrospecto aponta seis vitórias e oito derrotas. Duas para a Itália e uma para Cuba, Eslovênia, EUA, Canadá, França e Polônia. Vitórias contra Holanda, Polônia, Argentina, Sérvia, Alemanha e Irã. Restam duas exibições na fase de grupos contra a Polônia e o Egito.
Arthur Elias vivia na zona de conforto do Corinthians. Indiscutivelmente o melhor time de futebol feminino do país. O técnico das Brabas assumiu a Seleção porque empilhou 15 troféus no clube paulista. O trabalho na Seleção ainda não engrenou. Há dificuldades. Assim como Bernardinho, Arthur Elias acumula 15 jogos no cargo. Acumula 9 vitórias, dois empates e quatro derrotas para Canadá, EUA e duas para o Japão. A última inadmissível. A Seleção vencia por 1 x 0, encaminhava o acesso às quartas de final e sofreu a virada.
Chateado, Arthur Elias também fez críticas ao elenco. “O comportamento no final do jogo foi muito ruim. Não pelo esforço, as meninas se esforçaram demais, nem pelo posicionamento, mas pela tomada de decisão. É algo recorrente na Seleção, é algo que eu não espero mais. Preciso corrigir, preciso falar a verdade às jogadoras, doa a quem doer. E elas precisam, obviamente, refletir. Mas eu reconheço muito o esforço de cada uma delas”, afirmou.
Atitudes parecidas de dois excelentes profissionais sob pressão. Há uma coincidência nos discursos: a divisão de responsabilidades com o grupo. Algumas falas indicam até transferência de culpa. Derrotas do Brasil no vôlei masculino contra a Polônia e/ou no futebol feminino para a Espanha podem aumentar a pressão na panela e definitivamente comprometer o planejamento olímpico.
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