Alto nível de três chefes de naipe do Athletico-PR fez a diferença contra um Galo em evolução

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O Athletico-PR finalmente estreou na temporada. Na semana passada, eu trocava ideia com o amigo Julio Filho do portal Um Dois Esportes sobre a temporada do Furacão. Estava impressionado com a invencibilidade do time de Paulo Turra antes da derrota para o CRB na Copa do Brasil. Ao mesmo tempo, desconfiado com o potencial do atual vice-campeão da Libertadores. Afinal, à exceção do Coritiba, os adversários eram times do Paranaense.

Compartilhava com o colega que, em tese, a estreia diante do Alianza Lima, no Peru, seria o primeiro teste de verdade da parceria entre Turra e Luiz Felipe Scolari na temporada. Embora tenha se aposentado, Felipão não abre mão de sentar-se no banco de reservas. Houve empate por 0 x 0. Na sequência, veio a conquista do Estadual contra o Cascavel e o primeiro revés no ano para CRB, em Maceió, no duelo de ida pela terceira fase do mata-mata nacional.

Derrotar o Atlético-MG foi o cartão de visitas do Furacão. Finalmente um adversário forte, à altura ou até mais do que isso. O Galo demanda ajustes do técnico Eduardo Coudet. Isso não tira o status de timaço. Domá-lo é punk. O Furacão conseguiu porque manteve a base do vice na Libertadores de 2022. Mais do que isso: três chefes de naipe da banda estavam inspiradíssimos.

Que exibição extraordinário do goleiro Bento. Ele impediu o empate na Arena da Baixada com defesas espetaculares. Blindou a meta. Azar do Galo. No sábado, outro goleiro, Léo Jardim, havia sido o melhor em campo na vitória do Vasco por 2 x 1, no Mineirão, em Belo Horizonte.

Não basta ter goleiro. Fernandinho foi brilhante no meio de campo. O volante funcionou como uma espécie de diapasão. Afinou os setores do Athletico. Era o Paulo Turra dentro das quatro linhas. Tocou na bola 57 vezes e deu 32 passes certos (76,2%). Uma aula para quem curte jogar futebol no meio de campo, principalmente na função de cão de guarda.

Um bom time começa com um grande goleiro, necessita de um bom meia e recomenda-se um bom atacante. Vitor Roque é acima da média. Finalizou uma vez no gol defendido por Everton e acertou a rede. O domínio de bola com a perna esquerda ao recebe-la de Rômulo, coloca-la na frente e partir veloz em diagonal rumo à grande área para finalizar de direita é cinematográfico. Um gol para ser visto, revisto e aplaudido de pé na Arena da Baixada e em frente à telinha.

O Atlético-MG não jogou mal. Longe disso. Bento, Fernandinho e Vitor Roque, sim, dificultaram a missão de Hulk e companhia. Paulinho está jogando muita bola. Que início de temporada do meia-atacante lapidado pelo Bayer Leverkusen. É arco, flecha e o que mais Eduardo Coudet quiser. Faz par perfeito com Hulk. Um admirável combo ofensivo. Um ponto importante a ser debatido no vestiário é a concentração para não sofrer gol tão cedo. O Vasco abriu 2 x 0 em menos de 10 minutos no sábado. O Athletico vencia por 2 x 0 aos 35 do primeiro tempo. Correr atrás assim gera muita dificuldade. Sem contar o desgaste físico e emocional diante do revés.

A assistência para o gol dele partiu justamente do camisa 7, o ídolo alvinegro. Por sinal, Hulk jogou tanta bola que merecia ter empatado a partida. Arriscou uma falta da intermediária e deu frio na espinha da torcida rubro-negra. Só não igualou o placar porque, repito, Bento honrou a tradição da escola de goleiros do Athletico. De Weverton a Santos e de Santos a Bento — a muralha da arena! Bom para quem assistiu a uma partida bacana em uma noite de terça-feira.

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Marcos Paulo Lima

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