Acredite se quiser! Escalação de 4 zagueiros pode, sim, ser alternativa de Dunga para o mata-mata da Copa América. Entenda como…

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Foi feio terminar a vitória por 2 x 1 sobre a Venezuela com quatro zagueiros de ofício em uma sessão de masoquismo protagonizada pelo Dunga? Foi horroroso! Diante da perda de Neymar, o Brasil se comportava bem até a metade do segundo tempo. Havia um time. Uma tentativa de futebol coletivo, sem depender de um fora de série, ainda que Robinho seja o mais técnico do que restou depois da exclusão de Neymar do torneio continental. No entanto, a última impressão é a que fica. A equipe titular encerrou o jogo com Marquinhos, Miranda, Thiago Silva e David Luiz. Assustador, mas, na minha opinião, um indicativo de busca por alternativas para o mata-mata.
Dunga atribuiu a escolha a uma circunstância de jogo. Explicou que estava preocupado com as bolas aéreas da Venezuela e precisava elevar a altura do time. Tá bom, mas, ainda assim, cheia de grandalhões, a Venezuela quase empatou no fim de… cabeça. Miku, autor do gol da seleção vinotinto, passou raspando a bola no cruzamento que quase decretou o 2 x 2 nos acréscimos.
Dunga justificou os quatro zagueiros à situação do jogo, mas ouso afirmar que ele está, sim, à procura de uma variação tática. Só escolheu o momento errado para o ensaio da possível armadilha. Misterioso e desconfiado como sempre foi, Dunga dificilmente admitirá e certamente testará novamente a formação nos ensaios com portões fechados.
A minha leitura tática é a seguinte. Dunga está frustrado com Philippe Coutinho. Além disso, não achou um homem de confiança para substituir Luiz Gustavo, cortado antes da Copa América por causa de uma lesão. Daí, pode variar seu 4-4-2 para o 4-1-4-1.
É aí que entram em campo os quatro zagueiros…

Uma opção de Dunga com quatro zagueiros para o mata-mata da Copa América

A primeira linha teria Marquinhos na lateral direita, uma função que o breque versátil volta e meia exerce no Paris Saint Germain. Ao lado dele, a dupla formada por Miranda e Thiago Silva, além do lateral-esquerdo Filipe Luís. 
À frente do quarteto, David Luiz no papel de cão de guarda. Nenhuma invenção de moda. Rafa Benítez foi o primeiro a usá-lo como volante nos tempos do Chelsea. José Mourinho e Laurent Blanc também preferiam posicioná-lo nessa faixa do campo.
A novidade de Dunga poderia pintar na segunda linha de quatro e no ataque. Ao escalar Marquinhos na lateral direita, Dunga pode estar pensando em liberar Daniel Alves como uma espécie de ponta direita. Pep Guardiola fez exatamente isso no Santiago Bernabéu no clássico de 2010 entre Real Madrid e Barcelona. Dani cairia pela direita, ao lado de Elias, Fernandinho e de Willian, que passaria a atuar aberto na esquerda, ocupando a função que seria de Neymar ou de Philippe Coutinho. Note que foi na esquerda, com Willian na posição de Coutinho, que nasceu o gol de Firmino. Em tese, Dunga ganharia poder de fogo nas duas bandas do campo. O Brasil tem atacado bem pela direita com Daniel Alves, mas é deficiente no apoio pela ponta canhota com Filipe Luís.
Nesse formato, restaria a Dunga escolher o homem de frente no 4-1-4-1. As opções óbvias seriam Robinho ou Roberto Firmino, autor de quatro gols em quatro jogos pela Seleção. Lógico, tudo isso é reflexão minha. Um exercício de adivinhação do que pode estar passando pela cabeça dura de Dunga. Mas, sinceramente, eu não me assustaria ao ver novamente uma Seleção com quatro zagueiros de ofício a partir do mata-mata. 
A escalação de quatro zagueiros pode parecer loucura, mas não deve ser descartada como alternativa para os jogos difíceis contra o Paraguai e provavelmente Argentina ou Colômbia nas semifinais. Afinal, Dunga adora um misterinho bobo. Dunga não é de fugir do óbvio, mas, em meio à crise interna, pode estar sendo obrigado a se reinventar fazendo plágio  de ideias de “coleguinhas” europeus.
Vai que cola…