montagem Abel e Ceni foram dois dos quatros técnicos do Cruzeiro no rebaixamento de 2019 Abel e Ceni foram dois dos quatros técnicos do Cruzeiro no rebaixamento de 2019

Abel e Ceni superam “contrato de experiência” e polarizam disputa pelo título do Brasileirão

Publicado em Esporte

Abel Braga e Rogério Ceni assumiram Internacional e Flamengo, respectivamente, em 10 de novembro de 2020. Tiveram a carteira de trabalho assinada na semana em que o argentino Eduardo Coudet desertou para o Celta de Vigo, e Domènec Torrent foi demitido pelo Flamengo. Ambos acabaram de completar três meses no cargo. Superaram o contrato de experiência, ou seja, 90 dias. A menos que o Brasileirão das reviravoltas tenha mais uma nas últimas três rodadas, um deles conquistará o título da Série A. A 35ª rodada indica isso.

Curiosamente, o Brasileirão pode premiar profissionais que abusaram do direito de errar em um espaço tão curto de tempo. Abel Braga assumiu o Internacional com três possibilidades de título: Libertadores, Copa do Brasil e Série A. Porém, ficou pelo caminho nos pênaltis contra o América-MG no mata-mata nacional e o Boca Juniors no torneio de clubes da América.

Apesar da eliminação no Estádio La Bombonera, Abel Braga achou a formação ideal na vitória por 1 x 0 sobre o Boca no tempo normal. Dali em diante, o Internacional evoluiu bastante sob a batuta dele, a ponto de golear o então líder São Paulo por 5 x 1, no Morumbi, e engatar sequência recorde de nove vitórias no Brasileirão. A série invicta de 12 jogos foi quebrada pelo Sport nesta quarta-feira, no Beira-Rio. O Leão da Ilha tocou fogo no parquinho da Série A.

O Flamengo, de Rogério Ceni, está a um ponto do Inter. Assim como o time colorado, depende de si, principalmente, devido ao confronto direito na penúltima rodada. O ex-goleiro pode ser recompensado com o titulo depois de cometer pecados mais graves que o de Abel. Ceni tem o melhor elenco do país nas mãos. No entanto, fracassou na Libertadores contra o frágil Racing nas oitavas de final e conseguiu ser goleado por 5 x 1 pelo São Paulo no placar agregado das quartas de final da Copa do Brasil — 2 x 1 no Maracanã e 3 x 0 no Morumbi.

Rogério Ceni fez o Flamengo evoluir em doses homeopáticas a partir do momento em que deixou aquela ideia fixa na cabeça de emular o trabalho de Jorge Jesus. Arriscou ao deslocar Willian Arão para a zaga, teve peito para escalar Diego no papel de volante, insistiu com Gustavo Henrique a partir do momento em que perdeu Rodrigo Caio e, aparentemente, controla um vestiário cheio de figurões liderados pelo decisivo e explosivo Gabriel Barbosa.

Abel e Ceni chegam às últimas três rodadas do Brasileirão praticamente sem direito a margens de erro. O Internacional tem Vasco (fora), Flamengo (fora) e Corinthians (casa) na rota para o tetracampeonato e o fim do jejum de 41 anos — o último título brasileiro aconteceu em 1979. O Flamengo encara Corinthians (casa), Internacional (casa) e São Paulo (fora). Falhas como as cometidas pelos dois técnicos na Copa do Brasil e na Libertadores podem ser cruciais a essa altura do campeonato. Na prática, errar significará entregar o título de bandeja ao outro.

 

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