A terça-feira terminou lá em Melbourne e começou aqui no Brasil com um daqueles resultados raros no esporte. O tenista Rafael Nadal só deu adeus duas vezes na carreira em uma primeira rodada de Grand Slam: em 2013, o belga Steve Darcis tirou o espanhol em Wimbledon. O esforço foi tamanho para superar o espanhol que Darcis abandonou o torneio na rodada seguinte alegando dores no ombro direito. Hoje, o carrasco de Nadal no Australia Open foi seu compatriota Fernando Verdasco. No retrospecto, Nadal tem agora 42 vitórias e apenas duas derrotas em jogos de estreia em Grand Slam.
O insucesso de Rafael Nadal acontece nas melhores famílias do esporte. As “zebras” ainda não estão em extinção no tênis e em modalidade alguma. Na Copa de 2002, as campeãs mundiais Argentina e França foram eliminadas na fase de grupos. E o Brasil, em 1966? O raio caiu duas vezes na cabeça da Itália nos mundiais de 2010 e de 2014. Poderia citar outros casos, como a Holanda, que não se classificou para a Eurocopa justamente no momento em que o número de participantes no torneio saltou de 16 países para 24. Como pode???
O que rolou com Rafael Nadal nesta terça também acontece com grandes clubes. O Corinthians, por exemplo, caiu na Pré-Libertadores diante do Tolima. O todo-poderoso Manchester United não passou da fase de grupos na edição atual da Liga dos Campeões da Europa. Portugal conseguiu perder duas vezes em casa no mesmo torneio para a Grécia — uma delas na final da Eurocopa de 2004.
Até o Dream Team norte-americano teve seu dia de Rafael Nadal. Não foi eliminado na primeira fase nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, mas a queda diante da Argentina nas semifinais teve um sabor tão amargo quanto o adeus na fase de grupos.
Em qualquer esporte, não adianta dizer “tô nem aí para quem pintou a zebra”. O cavalinho vestido com seu tradicional uniforme preto e branco continua dando seus coices…